Apesar de o Bitcoin (BTC) ainda não estar estabelecido como uma “classe de ativos por si só”, o JPMorgan considera importante atender à demanda de seus clientes por investimentos em criptomoedas, de acordo com uma executiva sênior de gestão de fortunas.
Um grande número de clientes do JPMorgan vêem as moedas digitais como o Bitcoin como uma classe de ativos, disse a diretora de gestão de ativos e fortunas da empresa, Mary Callahan Erdoes.
Em entrevista à Bloomberg divulgada na terça-feira, Erdoes ressaltou que o banco continuará oferecendo produtos e serviços de criptomoedas para atender a uma crescente demanda, informando:
“Muitos de nossos clientes dizem: ‘Essa é uma classe de ativos e eu quero investir’, e nosso trabalho é ajudá-los a colocar seu dinheiro onde eles desejam.”
Erdoes disse que o debate sobre as criptomoedas constituírem ou não uma classe de ativos ainda está em andamento, já que muitos especialistas demonstram preocupação com a extrema volatilidade desse mercado.
“Trata-se de uma opinião muito pessoal. Não temos o Bitcoin como uma classe de ativos por si só”, afirmou Erdoes, acrescentando que ainda não se sabe se a criptomoeda é, de fato, uma reserva de valor. “A volatilidade que se vê hoje precisa se extinguir”, concluiu ela.
Um dos maiores bancos de investimento dos Estados Unidos, o JPMorgan é conhecido por sua postura um tanto confusa a respeito do mercado de criptomoedas., Em 2017, o CEO da instituição, Jamie Dimon, se referiu ao Bitcoin como uma "fraude". Desde então, o banco suavizou sua postura em relação à indústria, supostamente preparando-se para lançar um fundo de gestão de Bitcoin, bem como lançando títulos de dívida com exposição direta a uma cesta de empresas focadas em criptomoedas.
Os analistas do JPMorgan têm monitorado de perto o mercado. O especialista no tema Nikolaos Panigirtzoglou chegou a prever que, no longo prazo, o Bitcoin atingirá o "alvo teórico" de US$145,000. No final de junho, o JPMorgan disse que os investidores institucionais tinham pouco apetite para comprar na baixa do mercado. Estrategistas do banco afirmaram que o Bitcoin estaria sendo negociado numa faixa de preço entre US$ 23.000 e US$ 35.000 no médio prazo.