Um novo ajuste na dificuldade de mineração do Bitcoin (BTC) ocorreu no final de semana. Como resultado, houve mais uma queda na dificuldade, desta vez de 4,81%. É a quarta queda consecutiva na dificuldade de mineração de BTC, uma sequência que não era vista desde 2011.
Agora são exatos 51 dias de queda consecutiva na dificuldade de mineração. O maior período de queda ocorreu entre agosto e novembro de 2011, quando a dificuldade de mineração caiu oito vezes seguidas.
O ajuste de dificuldade é a ferramenta utilizada pela blockchain do BTC para controlar o poder computacional e a mineração dos blocos. Essencialmente, o ajuste torna mais difícil ou mais fácil encontrar os blocos.
Para isso, a rede toma como base o tempo que cada bloco levou para ser descoberto. Depois que este cálculo é feito, ela calibra a dificuldade, de forma automática, a cada 2.016 blocos (cerca de duas semanas).
Desde que a China iniciou sua campanha contra mineradores, o poder de processamento (hash rate) do BTC desabou. A rede saiu de 25 terahashes por segundo (TH/s) para os atuais 13 TH/s.
Nesse ínterim de dez anos, uma outra sequência negativa ocorreu em 2018. Na ocasião, o hash rate caiu três vezes consecutivas entre novembro e dezembro.
Precisamente, a queda de dificuldade atual foi de 49,21%, valor que, embora seja elevado, não superou os 51,54% de queda em 2011. Naquela época, a dificuldade saiu de 1,89 milhão de TH/s em agosto para 1,09 milhão de TH/s no bloco 155.232. Em seguida, o hash rate começou a se recuperar.
Assim como ocorreu em 2011, o hash rate do BTC aos poucos dá sinais de recuperação. Afinal de contas, os mineradores aos poucos vão realocando suas máquinas da China para outros países.
Por outro lado, a queda na dificuldade tornou mais fácil minerar BTC e abriu oportunidade para antigas máquinas. Isto é, mineradoras que estavam obsoletas logo passaram a ser lucrativas, ainda que temporariamente.
Por fim, a mineração passou a ser uma atividade mais descentralizada, o que reduziu os riscos de concentração em um único país. A China, por exemplo, hoje responde por apenas 46% do hash rate do BTC, antes 65% em maio.
No momento da escrita deste texto, os principais pools de mineração foram a VIABTC, Antpool, Poolin, F2Pool e BTC.com. O grupo controla cerca de 59,4% do hash rate global da rede. Em seguida surge o grupo formado por Binance, Foundry e Slushpool, que possuem 21,9% do hash rate.