Medidas seriam necessárias para redirecionar o fluxo de remessas para os canais oficiais
A Associação de Operadores de Câmbio da Nigéria (ABCON, na sigla em inglês) pediu para o Banco Central do país introduzir medidas para controlar uso de criptomoedas para movimentação de dinheiro para o exterior.
Em nota reproduzida pela imprensa local na segunda-feira (19), a ABCON disse que novas estratégias seriam necessárias para redirecionar o fluxo de remessas do bitcoin e altcoins para os canais oficiais.
“É digno de nota que a aceitação pública das exchanges de criptomoedas está aumentando, o que pode ser responsável pela grande queda nos fluxos de entrada de dinheiro para a Nigéria”.
Para justificar o pedido, a associação apontou no comunicado que o bitcoin e altcoins têm vantagens competitivas que colocariam o uso de canais oficiais em risco.
“As transações de criptomoeda são mais rápidas do que as transferências convencionais, que exigem a passagem pelos bancos que dependem do SWIFT, o sistema de mensagens interbancário lento e com meio século de idade que lida com pagamentos internacionais”.
A ABCON disse também que o alcance global das criptomoedas “evita o risco de inflação inerente às moedas oficiais, especialmente em países politicamente instáveis que dependem de investidores estrangeiros inconstantes”.
Ainda no comunicado divulgado pela imprensa da Nigéria, a ABCON disse que bitcoin e altcoins são populares para cidadãos de países emergentes, como a Nigéria, por serem opções mais baratas para transferência de recursos.
“Os migrantes que enviam dinheiro através das fronteiras para suas famílias preferem os custos de transação mínimos das exchanges de criptomoedas em vez dos custos exorbitantes de empresas tradicionais de transferência de dinheiro como a Western Union”.
A ABCON mencionou também a insegurança no país está dando maior destaque as criptomoedas, vistas como um porto seguro para riquezas. Desde o ano passado, por causa da instabilidade econômica, a Nigéria vem se transformando em uma verdadeira nação do bitcoin.
De acordo dados das exchanges P2P Paxful e LocalBitcoin, compilados pelo Usefultulips, em 2020 o país foi o terceiro do mundo em volume de negociações entre pessoas, atrás dos Estados Unidos e da Rússia.