A Huobi, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, anunciou que implementou o prazo de 24 horas para retiradas de criptomoedas compradas por meio do mercado de balcão (OTC), o que afeta diretamente os comerciantes chineses que negociam nesta modalidade. A estratégia de atraso em saques, no entanto, vem sendo adotada gradualmente desde agosto do ano passado, segundo nota compahia na quinta-feira (01).
“As restrições de saque incluem saques rápidos dentro e fora da plataforma. Durante este período, as transferências internas dos usuários, transações de depósito e saque, etc. não serão afetadas”, disse a exchange.
A empresa disse que o novo prazo para saques — que pode ser estendido até 36 horas em certos casos mais arriscados — pode efetivamente evitar perdas de ativos dos usuários que podem ser causadas pela entrada de fundos arriscados, com também garantir a segurança dos mesmos.
Sobre o prazo de 36 horas para alguns casos, trata-se de uma condição na qual os usuários estão potencialmente sujeitos a riscos mais elevados, conforme detectado pelo sistema de controle de risco da Huobi. A informação partiu de um porta-voz da empresa que falou como South China Morning Post nesta sexta-feira (02), ao detalhar sobre “configurações refinadas de operação de controle de risco” descritas pela exchange.
Um ponto importante a ser lembrado é que foi na China que surgiram as maiores exchanges de criptomoeda, como Binance, OKEx. E por conta da proibição de empresas de fora de atuar no país, os chineses recorrem ao mercado de balcão (OTC), já que nem sempre eles conseguem burlar o sistema através de VPNs.
Em maio, várias empresas de criptomoedas da China se sentiram acuadas por prováveis riscos regulatórios e pararam com suas atividades após o anúncio de possíveis repressões ao mercado de mineração e comércio de bitcoins no país. As mineradoras HashCow e BTC.TOP, por exemplo, foram uma das primeiras a suspender suas atividades; outras, sugeriram que deixariam o país
Poucos dias depois do evento, a Huobi interrompeu temporariamente o comércio de derivativos de criptomoedas para alguns clientes, visando proteger os interesses dos investidores. A empresa citou na ocasião as mudanças dinâmicas que estavam ocorrendo no mercado.
Contudo, essas ‘mudanças’ ocorrem periodicamente na China desde 2017, portanto, não é novidade. No entanto, agora as criptos tem um concorrente estatal, o yuan digital, prestes a ser adotado em massa no país.