Sim, você não entendeu errado. Eu invisto em maconha e de forma 100% legalizada.
Cannabis ainda é um assunto polêmico que gera muita discussão. Porém esse mercado vem ganhando cada vez mais espaço nas pautas internacionais e é preciso estar atento.
Quando eu comecei a investir em bitcoin, ele não era assim tão famoso, pouca gente conhecia, muitos dos que tinham ouvido falar não entendiam e ainda tinha uma grande parcela que falava mal. Associavam o bitcoin a atividades ilícitas e olhavam torto quando eu falava sobre investir em criptomoedas.
Foi então que eu percebi a importância, como investidor, de ser curioso, manter a mente aberta, sem preconceitos e estar atento a tendências internacionais.
Por que eu acredito que a indústria de cannabis é um bom investimento? De acordo com a consultoria Grandview Research, a indústria legal da cannabis faturou US$ 24,6 bilhões em 2020 e vem apresentando uma média de crescimento anual de 14,3%.
Muitos estudos indicam que a cannabis pode contribuir no tratamento de doenças crônicas, como Alzheimer, Parkinson, epilepsia, depressão, insônia, diabetes, esclerose múltipla, efeito analgésico, além dos produtos estéticos que viraram mania entre os americanos.
Então, hoje quando penso em um mercado consumidor de cannabis, não penso no mercado recreativo e sim no farmacêutico, e é por isso que considero o setor um dos mais promissores para o longo prazo
Muitas análises sobre o setor falam dos riscos atrelados à falta de regulação e proibições dos governos. Porém, a proibição é um dos pontos que eu enxergo como oportunidades de negócio.
Isso porque o mundo está caminhando em direção a legalização e abertura do mercado de cannabis, impulsionada principalmente pela franca expansão de seu uso medicinal e pelo fracasso da maior parte das políticas de contenção do narcotráfico, fazendo com que a indústria ganhe força. Estar exposto nesse mercado antes das regulações é uma forma de potencializar ganhos.
A China lidera silenciosamente o cultivo, processamento, manufatura e exportações do cânhamo, indicando uma forte tendência mundial do uso da matéria prima para diversas finalidades. A China colocou a maconha em patamar de commoditie.
EUA, Canadá, Reino Unido lideram o mercado, a exposição ao setor pode fazer parte de uma estratégia de internacionalização de portfólio.
Uma técnica que eu uso para investir é a busca por críticas bem fundamentadas e opiniões contrárias, pois quando acreditamos muito em um ativo, acabamos aceitando apenas as opiniões que corroboram a nossa decisão. Isso pode fazer com que minimizem os riscos existentes.
O maior risco que eu enxergo nesse investimento, é a dificuldade em saber quais empresas vão se firmar no segmento — muitas empresas atuantes no setor tendem a desaparecer antes que a indústria de cannabis tenha de fato se consolidado, e muitas serão engolidas por empresas maiores assim que as regulações surgirem.
Por isso, apesar de acreditar muito no potencial de valorização da maconha, aloco um percentual pequeno do meu patrimônio destinado a investimentos mais voláteis e de longo prazo.
Existem três formas de exposição ao mercado de cannabis, sendo residente no Brasil:
Nos últimos anos, o acesso ao investimento em empresas internacionais ficou muito mais acessível para o investidor comum. Hoje já são mais de cem companhias com receitas vinculadas ao setor de cannabis e de capital aberto, como a Aphria e a Tilray.
ETF é uma forma de se expor ao setor de forma mais pulverizada, diversificando riscos. Dois dos ETFs atrelados ao setor são o MJ e o YOLO, ambos com uma cesta composta por mais de 30 empresas dos mais variados setores, cujos faturamentos estão ligados diretamente à indústria de cannabis em mais de 50%.
No Brasil, existem três fundos que podem funcionar para o investidor que está interessado no setor e não tem familiaridade com investimentos em corretoras estrangeiras, dois são da gestora Vitreo e um é da XP Investimentos.
O Vitreo Canabidiol investe em empresas do setor de cannabis nos Estados Unidos e no Canadá. No entanto, é voltado para investidores qualificados, ou seja, que têm mais de R$ 1 milhão em investimentos ou que são certificados.
O Canabidiol Ativo, investe 20% no setor e outros 80% em Certificado de Depósito Interbancário (CDI). O valor mínimo de aplicação é de R$ 1 mil.
O Trend Cannabis FI Mult, da XP, tem um valor inicial de investimento de R$ 100 e é um fundo que investe de maneira passiva no ETF MJ.
Vale lembrar que este artigo é sobre uma opinião pessoal e não uma recomendação de investimento. As empresas e fundos canabidiol são bastante voláteis, de longo prazo, considerados de alto risco, e podem levar anos para dar retorno.
Marina Luz