Os esquemas de pirâmide financeira estão entre as principais fraudes sofridas por internautas brasileiros. Dos 59% de entrevistados que disseram já ter sofrido algum golpe financeiro pela internet nos últimos 12 meses, 14% foram vítimas das pirâmides.
Em relação a 2019, o percentual total de brasileiros que sofreram alguma fraude financeira subiu 13%. Agora, são mais de 16,7 milhões de brasileiros lesados.
O levantamento em questão foi realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
A pesquisa estima um prejuízo total superior a R$ 2,7 bilhões decorrente de fraudes no ambiente digital. A quantia inclui também os gastos dos usuários na busca pela resolução do problema.
O valor médio foi calculado em R$ 512,40, sendo que 20% dos entrevistados relataram a perda de valores acima de R$ 800.
No ranking de fraudes investigadas, as pirâmides e outros investimentos fraudulentos como golpe de ações ou fundo de aposentadoria só ficam atrás de:
Ainda de acordo com o levantamento, 51% das vítimas são mulheres e 49% são homens. Além disso, a maioria (56%) pertence à classe C, enquanto os outros 44% são da classe A/B.
Ademais, mais da metade das vítimas (53,6%) tem pelo menos o ensino médio completo. Já a idade média dos entrevistados que sofreram alguma fraude é de 39 anos.
Ao todo, a pesquisa, que contou com a parceria do Sebrae, entrevistou 949 internautas com 18 anos ou mais de todas as capitais do país. A coleta de dados foi feita entre os dias 15 e 30 de abril de 2021.
Em 38,8% dos casos, as fraudes aconteceram via internet, por meio de lojas online. Em seguida, vêm os sites de compra e venda de produtos (15%), os bancos (8,9%) e instituições financeiras (7,1%).
O meio mais comum pelo qual a vítima descobre a fraude é o recebimento de SMS informando sobre compras no cartão (12,6%).
Outros 9% só descobrem as perdas quando a fatura do cartão chega e 8,5% dos entrevistados só souberam das fraudes ao serem contatados por empresas de cobrança.
O surgimento de valores estranhos no extrato bancário responde por 8,3%. Já o não recebimento do produto por 7,2% e a impossibilidade de sacar valores investidos por 7%.
Sobre fraudes como os esquemas de pirâmide, o presidente da CNDL, José Cesar da Costa destacou:
“É importante que o consumidor fique atento a promessas fora do ‘normal’, sempre buscando informações sobre as empresas contratadas.”
Em 2020, conforme noticiou o CriptoFácil, as pirâmides financeiras foram os crimes financeiros mais frequentes denunciados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com o regulador, foram enviados mais de 260 comunicados de indícios de crime. Destes, 139 foram sobre pirâmides financeiras. Ou seja, 53,5% do total de comunicados enviados.
Lorena Amaro