Conforme esperado pelo mercado, o preço do Bitcoin (BTC) fechou o mês de julho com perdas que se confirmaram na segunda-feira (31). De acordo com o CoinGecko, a criptomoeda encerrou o mês com perda de 4,02%, confirmando sua segunda desvalorização mensal em 2023.
Além do BTC, o Ether (ETH) também fechou o mês de julho em queda, com um resultado levemente melhor: 3,99%. Mas no caso do ETH, julho foi o primeiro mês negativo em 2023.
No entanto, a correção se prolongou e fez as duas criptomoedas registrarem quedas neste 1º de agosto. O preço do ETH abriu o dia com perda de 2% e caiu para US$ 1.830, ou R$ 8.649 na cotação atual. Por outro lado, o Bitcoin abriu o dia com perda levemente menor, de 1,8%, mas acabou perdendo mais um suporte e caiu abaixo de US$ 29.000. Agora, a criptomoeda está cotada a US$ 28.869 – R$ 136.400 na cotação atual.
O fraco desempenho de ambas as criptomoedas fez o Top 10 registrar perdas em praticamente todas as criptomoedas. Apenas a BNB seguiu contra a tendência e abriu o dia em alta de 0,6%, mas Cardano (ADA) caiu 2,7% e a Dogecoin (DOGE) perdeu 3,5%. A Solana (SOL) caiu 4,5% e liderou as perdas do dia.
O valor de mercado das criptomoedas caiu 1,3% e abriu o dia a US$ 1,21 trilhão (R$ 5,71 trilhões). Já o volume total subiu 14,83% e atingiu US$ 32,7 bilhões (R$ 154 bilhões). A dominância do Bitcoin ficou em 46,4% e a do ETH subiu para 19%, totalizando 65,4% do mercado.
Enquanto as maiores criptomoedas operam em baixa, o setor de finanças descentralizadas (DeFi) apresentou uma leve recuperação. Fernando Pereira, da Bitget, ressalta que os índices de DeFi apresentaram um forte crescimento desde junho, o que indica a confiança dos investidores na retomada do setor.
“Isso mostra que os grandes players voltaram a ter confiança no setor DeFi, e que muitos projetos podem se beneficiar disso, como por exemplo Ethereum, Polygon e Arbitrum”, explica Pereira.
Nesse sentido, os tokens relacionados ao DeFi melhoraram a sua performance desde a vitória da XRP contra a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC). Essa melhora veio principalmente das corretoras descentralizadas (as DEX), que viram sua dominância de volume de negociação subir de 3% para 30% em um mês.
Contudo, as criptomoedas relacionadas as DEX sofreram um forte baque na segunda-feira (31), quando um ataque contra a Curve Finance deixou um prejuízo de R$ 100 milhões. A Curve é a segunda maior DEX do mercado e serve de fonte de negociação para várias plataformas, o que causou grandes impactos.
Por exemplo, o protocolo Aave tem grande parte de suas garantias em tokens da Curve, o CRV, o que fez os dois tokens perderem valor. O token AAVE caiu 13,7 nas últimas 24 e liderou as perdas do dia, ao passo que o CRV veio logo atrás, com perdas de 9,2%.
O volume de futuros atingiu US$ 64 bilhões nas últimas 24 horas, um crescimento de 19,3% de acordo com o Coinglass. A Binance respondeu por US$ 10,57 bilhões e a OKX movimentou US$ 4,17 bilhões.
Já as liquidações subiram 48%, abrindo o dia com um volume total de US$ 93,8 milhões, dos quais US$ 82,1 milhões liquidados em posições compradas. BTC e ETH responderam por US$ 39 milhões somados, quase metade de todas as posições, ressaltando o momento delicado que os compradores enfrentam.
A maior liquidação resultou em perdas de US$ 1,18 milhão numa posição de BTC negociada na Bybit, enquanto outros 34.882 traders foram liquidados em posições menores nas últimas 24 horas.
Luciano Rocha