Hype das altcoins de IA movimentaram o mercado cripto no começo do ano, mas possibilidades vão além dos tokens.
Sob dois prismas básicos, o do frenesi do mercado e o das possibilidades reais, a inteligência artificial (IA) generativa ainda pode ser considerada uma espécie de mantra à medida que a tecnologia se desenvolve, porque uma linha tênue parece separar verdades e promessas relacionadas à IA. Não por acaso, 10 criptomoedas de projetos de IA subiram até 5.258% em janeiro no hype do aplicativo de mensagens ChatGPT.
Questões à parte envolvendo ética e até o futuro da humanidade em razão da possibilidade de a IA se transformar em uma espécie de “devoradora de gente” em um futuro próximo, a tecnologia suscita uma pergunta imediata: como ganhar dinheiro com a IA? Nesse caso, investidores de grande e pequeno porte parecem estar em lados distintos do balcão.
No que se refere aos investidores, um artigo publicado na última semana pela The Economist lançou luz sobre as possibilidades de retornos a aportes feitos em projetos de startups, muitos deles envolvendo projetos de criptomoedas, e mercados públicos. Isso porque, para muitos empreendedores de tecnologia, como o CEO da empresa de investimentos japonesa SoftBank, Son Masayoshi, há um paralelo entre a IA atual e o começo da internet.
A publicação salientou que há duas questões básicas a serem mensuradas pelos investidores de IA, uma delas é se a tecnologia está entre as que farão fortuna e, a segunda, diz respeito ao destino principal dessa fortuna, já que startups apoiadas por capital de risco e gigantes tecnológicas estão no páreo.
Segundo Clayton Christensen, considerado um guru da administração, as empresas menores se favorecem do mercado de baixo custo e totalmente novos, porque as gigantes tecnológicas evitam esses mercados e se focam na implantação de novas tecnologias para clientes e linhas de negócios já existentes para não correrem risco e maximilizarem seus lucros.
Son avalia que o mundo vive um momento de inovação disruptiva, mas que o grosso da inovação se concentrou, por ora, no potencial de novos casos de uso, na seara das big techs e não em novos mercados.
Alheios às estratégias dos grandes players, os pequenos investidores estão de olho na utilização da IA para ganhar dinheiro no curto prazo. Nesse caso, as possibilidades são diversificadas e podem favorecer vários nichos profissionais, como produtores de conteúdo, artistas, publicitários, jornalistas e professores.
É o que mostra alguns artigos que sugerem casos de utilização do ChatGPT e outros chat bots. Por exemplo, a tecnologia parece ter aderência na criação de arte através da inserção de parâmetros específicos em geradores de arte de IA como DALL-E, DeepDream e NeuralStyle.
Outra possibilidade é a utilização da tecnologia no mercado de memes por meio de aplicativos do tipo MemeChat, estratégia semelhante à criação de logotipos que podem ser negociados em mercados como o Fiverr. As possibilidades se multiplicam e contemplam estratégias como a construção de sites através de construtores baseados em IA como WIX, Site123 e Webador, além de anúncios digitais em plataformas como a AdCreative.ai.
Por outro lado, o avanço da IA no curto prazo pode não ser tão rápido quando muito acreditam. É o que avalia o jornalista e consultor em projetos de jornalismo digital Guilherme Ravache. Segundo ele, a IA vive seu ‘momento iPhone’, mas a frustração com a tecnologia é inevitável, por enquanto, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
WALTER BARROS