O caso de Do Kwon e sua empresa Terraform Labs, por trás do ecossistema Terra (LUNA), segue ganhando novos capítulos. Informações recentes dão conta de que Kwon enviou US$ 7 milhões – equivalentes a cerca de R$ 35 milhões atualmente – para um escritório de advocacia da Coreia do Sul antes mesmo da stablecoin UST e da criptomoeda LUNA, da rede Terra, colapsarem em maio do ano passado, deixando um prejuízo de US$ 40 bilhões no mercado.
Do Kwon foi preso em Montenegro em março deste ano e responde a dezenas de acusações incluindo violação do mercado de capitais, venda de títulos não registrados, fraude, conspiração para cometer fraude, entre outras.
De acordo com uma reportagem da Bloomberg, promotores sul-coreanos confirmaram a transação, que foi relatada pela primeira vez pela emissora sul-coreana KBS News, dizendo que a informação “não é falsa”.
O escritório de advocacia que recebeu o dinheiro de Do Kwon foi o Kim & Chang, com sede em Seul. O acusado enviou o dinheiro “pouco antes” do colapso da UST e da LUNA, mas não há detalhes adicionais sobre isso.
Procurado pela reportagem, o escritório Kim & Chan disse que é “incapaz de fornecer detalhes”. Além disso, informou que recebeu o pagamento de forma legítima por seus serviços de consultoria jurídica.
Tanto os promotores da Coreia do Sul quanto de Cingapura investigam a fonte do financiamento. Do Kwon enfrenta acusações de violação das leis de valores mobiliários em ambos os países. Ao mesmo tempo, enfrenta investigações da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA.
Especialistas dizem que Do Kwon pode enfrentar riscos legais adicionais se ficar comprovado que ele obteve o dinheiro liquidando os tokens da empresa antes de seu colapso.
As reportagens da Bloomberg e da KBS News sugerem que o fato de Kwon ter enviado dinheiro antes da crise da empresa pode indicar que ele já estava se preparando para uma batalha legal.
Assim que as autoridades prenderam Do Kwon, os EUA e a Coreia do Sul pediram a sua extradição. No entanto, Marko Kovac, o ministro da Justiça de Montenegro, disse que o país não deve cumprir a pena de extradição imediatamente. Isso porque, segundo ele, os processos judiciais de Montenegro têm prioridade.
A nação apura o crime de falsificação de documentos de identificação. Afinal, Kwon estava com documentos falsos, incluindo passaportes falsos da Costa Rica, no aeroporto de Podgorica, capital do país, no ato da prisão.
Lorena Amaro