Jeremy Allaire, CEO da Circle, uma das principais empresas de criptomoedas, afirmou que o ecossistema de criptoativos precisa se proteger dos bancos e de seu controle financeiro. A declaração ocorre após a falência de instituições financeiras como o Silicon Valley Bank (SVB) e o Silvergate.
O Bitcoin foi originalmente criado como uma alternativa aos bancos tradicionais, visando proporcionar maior autonomia financeira e menor dependência do sistema bancário. No entanto, com o passar dos anos, a indústria de criptomoedas acabou se integrando, em diferentes graus, ao mercado financeiro e aos bancos.
Durante uma entrevista no podcast Bankless, Allaire comentou: “Todo mundo está falando sobre como precisamos salvar os bancos das criptomoedas e agora estamos tentando salvar as criptomoedas dos bancos”.
A preocupação com a gestão dos depósitos feitos por empresas de criptomoedas em bancos tradicionais tem aumentado nos últimos dias, após o fechamento de instituições financeiras como Silvergate, Silicon Valley Bank e Signature Bank.
Atualmente, a Circle está em processo de transferir US$ 3,3 bilhões do SVB para o BNY Mellon, segundo Allaire. “Temos US$ 3,3 bilhões em trânsito e podemos ver no sistema de transferência bancária que o banco receptor está confirmando ‘sim, isso está chegando'”, explicou o CEO. “Ainda não caiu no livro-caixa do banco.”
A Circle é responsável pela operação da stablecoin USDC, que foi afetada pelas notícias de que a empresa tinha dinheiro no SVB. A conexão entre as criptomoedas e os bancos tradicionais tem gerado preocupações no setor, e a declaração de Allaire destaca a necessidade de proteger o ecossistema de criptoativos do controle financeiro dos bancos.
A falência de bancos como o SVB e o Silvergate serve como um lembrete de que, apesar dos avanços na indústria de criptomoedas, ainda há um longo caminho a percorrer para garantir a independência e a segurança do ecossistema.
Cassio Gusson