A empresa Aggreko anunciou o primeiro projeto de flare gas no Brasil. Flare gas é gás desperdiçado no processo de extração do petróleo e que vem sendo usado, entre outros, por mineradores de Bitcoin BTC R$112.672 para abastacer energeticamente suas operações de mineração.
Segundo informou a Aggreko, a usina está situada no município de Linhares, no Espírito Santo e tem capacidade de 1.1MW. E empresa informa que a usina foi desenvolvida com a finalidade de ajudar o cliente a diminuir as oscilações de energia da rede que atende a Estação Coletora de Petróleo e dar destinação comercial ao gás produzido no Campo de petróleo.
A Aggreko informa que um dos principais benefícios para o cliente é livrar-se das eventuais quedas de energia, garantindo continuidade operacional e maximização da produção de petróleo, além do aproveitamento de parte do gás também produzido no campo, tornando o campo praticamente autônomo em geração.
“Estamos extremamente orgulhosos por entregar um projeto de natureza inédita da nossa operação no Brasil. O desenvolvimento da infraestrutura local gera benefícios tanto para as empresas que atendemos, quanto para a comunidade. Logo, esse trabalho significa boas notícias para o meio ambiente e economia”, afirma Michael Campos, Gerente de Desenvolvimento de Negócios de Petróleo e Gás no Brasil.
O projeto está contratado para operar por 24 meses, fornecendo energia 24 horas. O time de engenharia da Aggreko elaborou e entregou o projeto e irá fornecer treinamento aos técnicos do cliente para poderem operar a máquina com autonomia.
Até o momento, a empresa entregou mais de 200 projetos em todo o mundo, como uma usina no Oriente Médio que está reaproveitando 40 milhões de pés cúbicos padrão de GAP (Gás Associado ao Petróleo) por dia, reduzindo a queima da operadora em um terço e economizando 840 toneladas de emissões de carbono diariamente.
A primeira operação com flare gas no Brasil abre novas oportunidades para os mineradores de Bitcoin, em especial para a Arthur Mining, empresa fundada por brasileiros, entre Rudá Pellini, e que opera nos EUA justamente com a expertise no uso do flare gas.
A empresa já anunciou o início de suas operações no Brasil, programada para ocorrer em março. Com a ampliação, segundo a empresa, a meta da startup é aumentar em 400% a receita da empresa este ano ao atingir US$ 40 milhões, aproximadamente R$ 210 milhões.
Segundo Ray Nasser, co-fundador da empresa, o braço brasileiro da atividade da Arthur Mining foi criado a partir de um aporte recente de US$ 4,6 milhões, cerca de R$ 24,1 milhões, em uma rodada de investimentos junto a family offices focados em energia e infraestrutura, cujos nomes não foram revelados.
Além do aporte, o executivo revelou que a Arthur Mining conseguiu adquirir placas dedicadas à mineração (ASICS) com até 70% de desconto, inclusive de “parte do inventário de players menos eficientes do mercado.”
Sem dar detalhes, ele disse ainda que a mineração da Arthur Mining no Brasil será alimentada a partir de energias ociosas e renováveis a um custo de US$ 15 por megawatt (MW), valor inferior ao cobrado pelas fontes energéticas usadas pela startup nos EUA, US$ 20 e US$ 50.
Nasser confirmou que a empresa ainda não irá utilizar o flare gas no Braisl e deverá aproveitar a energia excedente de empresas ou que estão sendo mal comercializadas. O que poderá se desdobrar no futuro pela utilização de bioenergia gerada a partir de aterros sanitários, que é outro projeto da empresa focado no país.
CASSIO GUSSON