“Bitcoin e ouro: uma correlação forte que pode sinalizar o início de uma corrida de preços”, afirma o analista Samuel Wan. De acordo com dados analisados pelo analista, a relação entre o Bitcoin e o ouro pode marcar o começo de uma subida de preços, dependendo de se a agenda de alta da Fed terminar em março.
A reunião do Comitê de Mercado Aberto Federal (FOMC) está programada para concluir em 1º de fevereiro, com o mercado esperando, majoritariamente, uma alta de 25 pontos-base, o que elevaria a taxa de juros federal para 4,5% a 4,75%.
A próxima reunião do FOMC está programada para concluir em 22 de março, com a maioria dos analistas apostando em mais uma alta de 25 pb. A partir daí, é esperado que a Fed mantenha as taxas, marcando o topo da agenda de alta.
Segundo o analista, ao examinar a mudança percentual no preço do Bitcoin em cada reunião do FOMC em 2022, no dia anterior, durante e depois, 13 das 24 ocasiões resultaram em uma queda para a principal criptomoeda.
“Quando a Fed começou a aumentar as taxas, uma performance negativa do Bitcoin poderia ser explicada pela pressão de venda resultante de mercados temerosos. No entanto, ao longo do ano, à medida que o mercado aceitou a inevitabilidade de taxas de juros mais elevadas, uma reação menos negativa é esperada”, disse.
De maior importância do que as flutuações diárias de preços é o movimento de longo prazo em relação ao calendário de taxas da Fed.
Ao traçar o desempenho do S&P e do ouro, desde 1998, em relação à taxa de juros federal, notou-se que o topo da agenda de alta da Fed coincidiu com uma estabilização no preço do ouro.
“Nesses casos, o preço do ouro seguiu em alta significativamente. Por exemplo, no final de 2005, passou de US$ 400/oz para US$ 1.920/oz em um período de seis anos e meio”, destacou.
Da mesma forma, as pausas no calendário de juros coincidiram com o fundo do S&P, levando a movimentos sustentados para as ações de tecnologia.
“Desde fevereiro de 2022, o preço do Bitcoin e do ouro apresentam uma correlação de 83%, a maior taxa em mais de um ano. Portanto, o segundo semestre do ano pode ver um grande rali de alta para as criptomoedas e, antes dele, esta semana, deve ver o BTC passar ou ficar bem próximo de US$ 30 mil. O FED dita o mercado agora”, finalizou.
Luciano Rodrigues