Ainda que o mercado de criptomoedas tenha sofrido de fortes quedas em 2022, os investidores brasileiros demonstram forte impulso em investir na classe de ativos em 2023, segundo uma pesquisa adquirida pela Finbold.
As criptomoedas foram o ativo que os brasileiros mais demonstraram vontade de investir em 2023, com 33% responsáveis por 35% dos entrevistados. A classe de ativos superou o setor imobiliário (26%), ações (22%), cartão de crédito (21%) e a poupança (15%).
Em 2022, as principais criptomoedas apresentaram forte queda em um momento que ficou conhecido como “inverno cripto”. O medo tomou conta do mercado, com o Índice de Medo e Ganância, que serve para medir o sentimento do mercado cripto, sinalizando “medo” e “medo extremo” na maior parte do ano.
Bitcoin e ether, as duas maiores criptomoedas em valor de mercado, operam em queda de aproximadamente 65% no ano, de acordo com dados do CoinMarketCap. Outros ativos entre os 20 principais operam em quedas ainda maiores, como a Solana, criptomoeda que caiu 92% em 2022.
Apesar do pessimismo dominante em nível global após a alta na inflação, estouro da guerra entre Rússia e Ucrânia e a falência de uma série de grandes empresas e projetos do setor cripto, o brasileiro pode enxergar uma oportunidade de compra para as criptomoedas no longo prazo.
Isso porque o bitcoin, por exemplo, chegou a valer cerca de US$ 69 mil no último ano. Atualmente em US$ 17 mil, caso retorne para estes patamares, o lucro chegaria a 300%.
O acesso facilitado ao investimento por empresas conhecidas do brasileiro como BTG Pactual, Nubank, Mercado Pago e 99 Pay pode ter ajudado a impulsionar a adoção ou a vontade de investir entre os habitantes do país na classe de ativos que se apresenta como uma maneira mais acessível de economizar, gastar e proteger o valor de seu dinheiro.
Com a aprovação do PL 4401/2021, que visa regulamentar o setor no Brasil, o país ganha ainda mais potencial de se tornar um dos protagonistas mundiais do mercado de criptomoedas.
“A aprovação do PL 4401/2021 é um marco para indústria no Brasil e tem o potencial de posicionar o país como um hub Internacional de cripto. O PL é bom pois manteve um teor principiológico, deixando o detalhamento para a regulação infra-legal. Isso é importante em uma tecnologia que está em franca evolução”, afirmou André Portilho, head de ativos digitais no BTG Pactual e responsável pela Mynt, plataforma de criptoativos do grupo.
A pesquisa, realizada entre 1 de outubro de 2021 e 22 de setembro de 2022, entrevistou 2.024 pessoas com idades entre 18 e 64 anos, e identificou nos jovens uma disposição maior para investir nas criptomoedas.
Além disso, a pesquisa revelou que em outros lugares do mundo tal disposição pode ser significativamente menor. A conta corrente lidera com 73%, cartão de crédito (72%) e poupança (55%). As criptomoedas ficam em quarto lugar, com 26% de intenção de investimento.