O Banco Central reforçou mais uma vez que o Real Digital, seu projeto de moeda digital de banco central (CDBC, na sigla em inglês), será a ponte que vai unir as finanças tradicionais com o ecossistema das criptomoedas, via finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês).
Segundo pontou o diretor de regulação da autarquia, Otavio Damaso, os primeiros testes do Real Digital serão realizados em 2023. Ele também disse que a CBDC nacional provém da necessidade de preencher "um espaço importante" no processo de digitalização e tokenização da economia.
"Vai ser o principal link entre finanças tradicionais e finanças descentralizadas, com papel fundamental no desenvolvimento da economia digital", afirmou Damaso durante o Encontro Lift: Real Digital, em Brasília.
Damaso destacou ainda a importância de uma regulamentação clara, fundamental para o processo de digitalização da economia, e que o Rel Digital precisa ter credibilidade para crescer e atingir a mesma adoção do Pix.
"É importante que todo o desenvolvimento e produto final tenha total integridade, o que vai trazer credibilidade e um crescimento sustentável e perene... Para gerar valor precisa ter credibilidade e confiança. Diferente de outros segmentos da economia, no sistema financeiro se não tiver confiança pode aparecer, mas vai sumir", destacou.
Recentemente, o Banco Central afirmou que está acompanhando a volatilidade do mercado de ativos digitais e analisando se o sobe e desce das criptomoedas pode gerar alguma turbulência no cenário econômico nacional.
“O BC segue acompanhando também a volatilidade dos mercados de criptoativos no cenário internacional, sua correlação com os mercados financeiros tradicionais e potenciais impactos decorrentes da implementação de novas ferramentas de finanças descentralizadas (DeFi)”, relatou a autarquia em relatório.
O amplo interesse do BC no mercado de criptoativos ocorre pois a instituição acredita que eles podem ampliar a inclusão financeira e gerar novas oportunidades para todo o sistema financeiro. Isso também é o que motiva a integração do Real Digital com o ecossistema cripto.
“Os recursos tecnológicos e de programabilidade – disponíveis no ecossistema de criptoativos e na Web3 – têm grande potencial para ampliar a inclusão financeira”, disse o Banco Central.