Inflação de outubro nos EUA foi abaixo do esperado enquanto os pedidos de seguro-desemprego superaram as expectativas, dados animaram o mercado e favoreceram as criptomoedas.
Após o crash desencadeado nos últimos dias pela crise de liquidez da exchange de criptomoedas FTX, acirrada por um embate entre fundador da empresa, Sam Bankman-Fried (SBF), e o fundador da Binance, Changpeng “CZ” Zhao, que chegou a anunciar a intenção de comprar a concorrente, o mercado de criptomoedas esboçava reagir após o furacão que abateu os investidores.
Na manhã desta sexta-feira (11), o Bitcoin era trocado de mãos por volta de US$ 17,3 mil (+5,22%) e respondia por 38,1% de dominância de mercado, cuja capitalização era de US$ 872 bilhões (+4,9%). Apesar do avanço, a perda semanal acumulada do BTC era de 15,79%.
Pressionado nos últimos meses pelos fatores macroeconomicos, o mercado de criptomoedas, associado aos investimentos de risco, acabou sendo favorecido pelos dados divulgados na última quinta-feira (10) pelo Departamento do Trabalho dos EUA, relativos ao índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e dos pedidos de auxílio-desemprego.
Esses dados são considerados importantes para o mercado de criptomoedas porque impactam o sentimento de risco dos investidores que, neste caso, possivelmente enxergaram o relatório como um sinal de que o Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, pode começar a aliviar a alta na taxa de juros da maior economia do planeta a partir de dezembro.
O CPI do mês passado foi de 0,4%, menor do que percentual esperado pelos analistas (0,6%). No acumulado de doze meses, a alta dos preços foi de 7,7%, contra 8,2% registrados em setembro. Já os pedidos de seguro-desemprego totalizaram 225 mil na última semana, número também superior aos 220 mil estimados pelos analistas.
Em relação ao número de solicitações contínuas, foram 1,493 milhão de pedidos solicitados contra 1,475 milhão da previsão, outro sinalizador para um possível alívio do Fed, por causa do desaquecimento do mercado de trabalho, um dos combustíveis da inflação.
O efeito positivo dos dados no mercado de criptomoedas também era percebido pela reação dos preços das principais altcoins por capitalização de mercado, com exceção das stablecoins. O ETH estava precificado em US$ 1.283 (+9%), o BNB respondia por US$ 295 (+7,85%), o XRP estava avaliado em US$ 0,39 (+9%), o MATIC estava cotado em US$ 1,08 (+18%), o LTC era transacionado por US$ 62,80 (18,2%).
No olho do furacão da crise da FTX por causa de uma alta concentração de tokens no balanço patrimonial da Alameda Research, empresa irmã da exchange de SBF, o SOL, fortemente abalado pelo crash que, inclusive, levou uma baleia da Solana a naufragar com 2.450.418 SOL usados como garantia de empréstimo de US$ 44,8 milhões, operava em alta de 32% ao ser trocado de mãos por US$ 17,97. Já o FTX Token (FTT), epicentro da onda sísmica, era negociado a US$ 3,66 (+38%).
Entre os destaques estava o pouco conhecido GFI, negociado por US$ 0,83 e com alta de 53%, percentual que apresentava certa retração em relação a um pico que chegou a elevar o preço do token a US$ 0,92 (+71%) no início da tarde de quinta.
Gráfico diário do par GFI/USD. Fonte: CoinMarketCap
O GFI é o token de governança do Goldfinch (Pintassilgo, na tradução em português), que é um protocolo de finanças descentralizadas (DeFi) de crédito que oferece rendimentos de stablecoins consideradas sustentáveis. O projeto apresentava US$ 22,8 milhões de capitalização de mercado (+53%) e US$ 2,4 milhões em volume de transações (+221%).
Na última quinta, outra criptomoeda pouco conhecida desafiava o crash ao subir 45% com listagem em exchange, em meio ao derretimento do Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
WALTER BARROS