O Banco Central do México (Banxico) anunciou que planeja lançar sua própria moeda digital de banco central (CBDC).
A iniciativa foi confirmada por uma publicação no Twitter na noite de quarta-feira (29) do governo mexicano:
“O Banxico informa que até 2024 terá sua própria moeda digital em circulação, considerando que essas novas tecnologias e a infraestrutura de pagamentos de última geração são de extrema importância como opções de grande valor para avançar na inclusão financeira do país.”
De acordo com o vice-governador do Banxico, Jonathan Heath, a autoridade financeira não quer se distanciar dos desenvolvimentos tecnológicos:
“Teremos o uso do papel-moeda como pagamento predominante no mercado interno por muito tempo. Então, não queremos ficar ausentes desses avanços tecnológicos”, disse Heath.
Assim, o México se junta a países latino-americano como Brasil e Venezuela que já estão trabalhando no desenvolvimento de CBDCs.
De acordo com o mapa interativo elaborado pelo GeoEconomics Center do Atlantic Council para rastrear a adoção de CBDCs, na América do Sul, Peru e Chile já estão pesquisando sobre CBDCs.
Na América Central, Honduras, Guatemala e Belize também estão na fase de pesquisas para lançar suas CBDCs. No Caribe, as Bahamas já lançaram sua criptomoeda estatal chamada Sand Dollar. O país foi o primeiro do mundo a fazê-lo ainda em outubro de 2020.
Ainda segundo o mapa, 87 países (representando mais de 90% do PIB global) estão explorando uma CBDC. Em maio de 2020, apenas 35 países estavam considerando uma meda digital nacional.
Mapa de adoção global de CBDCs. Fonte: Atlantic Council
O anúncio de uma moeda digital mexicana não é exatamente uma novidade. Afinal, em 2 de dezembro, a governadora do Banxico, Victoria Rodriguez Ceja, disse que a autoridade monetária já estava analisando a possibilidade:
“As autoridades a nível internacional, dado o interesse que estes ativos virtuais e as suas evoluções têm despertado, reconheceram a necessidade e o potencial de alargar as funcionalidades da moeda com curso legal através da potencial implementação das moedas digitais emitidas pelo Banco Central”, afirmou.
Lorena Amaro