Uma das ofertas iniciais de moeda (ICO) que mais arrecadou dinheiro na história do mercado cripto pode ter sido manipulada.
É o que denunciam pesquisadores norte americanos.
Pesquisadores da Universidade do Texas afirmaram que houve a manipulação de transações durante a ICO do projeto EOS em 2017 .
O professor John Griffin da Austin McCombs School of Business da Universidade do Texas associado à empresa de consultoria financeira Integra/FEC publicaram um estudo onde relatam o procedimento fraudulento na ICO da EOS.
A denúncia é sobre transações fictícias que desempenharam um papel fundamental na alta do preço do EOS em sua ICO.
A empresa que criou a EOS, a Block.one, arrecadou cerca de US$ 12 bilhões de dólares durante todo o processo da ICO.
A ICO foi realizada entre 2017 e 2018, e apenas aceitava a criptomoeda Ether (ETH) para a compra de EOS.
Diversas grandes empresas à época da ICO da EOS apoiavam o projeto, como o PayPal, por exemplo.
Apesar disto, os pesquisadores não encontraram evidências de que estas empresas e a própria Block.one estão envolvidas na manipulação.
A block.one comentou a situação, inclusive citando o próprio relatório feito pelos pesquisadores que não prova a participação da empresa.
E que “não há evidências de que a empresa comprou o ativo criptográfico no mercado primário”.
De acordo com a pesquisa, os proprietários de 21 contas em exchanges de criptomoedas aumentaram artificialmente o preço do EOS usando transações fictícias.
As contas estão hospedadas na Binance e na Bitfinex.
Griffin coletou dados de diversas plataformas de dados, como a Bloomberg, e constataram que transações fictícias com o token EOS nas duas exchanges foram usadas para para inflacionar artificialmente o preço do ativo.
A demanda artificial de contas suspeitas criou a ilusão de demanda pelo ativo criptográfico e contribuiu para o aumento do preço.
Griffin disse que “em primeiro lugar essas contas manipularam diretamente o preço da EOS por meio de compras adicionais e inflaram o valor de mercado do token. Em segundo lugar, eles criaram uma falsa impressão sobre o valor do criptoativo, o que levou outros usuários a participarem da ICO”.
Cerca de 1,2 milhão de Ethers foram identificados pelos pesquisadores como dinheiro suspeito.
De acordo com Giffin, “uma parte significativa dos Ethers coletados durante a ICO foi obtido pela transferência de contribuições por meio de uma série de contas provisórias e finalmente acabou na Bitfinex”.
O autor do estudo não identificou os titulares das contas.
Apenas disse que as contas suspeitas representaram “quase um quarto das compras da EOS no final da oferta pública”.
Jorge Siufi