O ministro das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, pediu aos senadores estadunidenses que “respeitem o espírito da Carta Olímpica” e parem de desconfiar da moeda digital do banco central (CBDC) chinesa.
Segundo Lijian, os EUA têm diversas questões internas relacionadas a segurança e monitoramento de pessoas com que precisam se preocupar. Em vez disso, o país tem focado suas atenções na China e nas questões internas do país.
A declaração de Lijian ocorre após legisladores dos EUA pedirem a seus atletas que não usem o yuan digital durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim em 2022.
“Recomendamos que você investigue do que se trata e que pare de criar problemas a respeito”, disse o ministro, referindo-se à CBDC em que seu governo trabalha.
Além disso, Lijian acrescentou que os atletas estrangeiros poderão usar o yuan digital sem ter que abrir conta em bancos. Assim, ele pediu aos legisladores estadunidenses que “deixem de fazer do esporte uma questão política”.
Conforme noticiado pelo CriptoFácil, os senadores Marsha Blackburn, Roger Wicker e Cynthia Lummis pediram ao Comitê Olímpico e Paraolímpico dos Estados Unidos que restringisse o uso da moeda chinesa no evento.
Eles argumentam que a CBDC chinesa tem baixa privacidade, algo reconhecido inclusive por funcionários do Banco da China. Por conta disso, poderia haver um rastreamento das transações pelo governo do país asiático.
Quase imediatamente após as manifestações públicas de Zhao Lijian, a senadora Lummis contra-atacou no Twitter:
“Ei, Zhao Lijian, você está certo. As moedas digitais SÃO inevitáveis. Só queremos fazê-las de forma que as pessoas não fiquem sujeitas à vontade de um ditador tirânico.”
Ademais, Lummis observou que isso é uma questão de liberdade. Atualmente, o yuan digital está em fase de testes com mais de 20 milhões de pessoas usando a carteira digital da CBDC.
Para os Jogos Olímpicos de 2022, o governo chinês pretende ter mais detalhes sobre seu funcionamento. Ou seja, o evento internacional será uma espécie de teste definitivo da moeda digital da China.
Luciano Rodrigues