A oferta e a adesão ao ETF vem crescendo no Brasil, o número de investidores aumentou 64% entre dezembro de 2020 e maio de 2021. Confirmando a tendência de crescimento na oferta do ativo no país, a B3 anunciou o lançamento de ETFs de Bitcoins (BTC) no mês de junho.
Do inglês Exchange Traded Funds, ETFs são produtos financeiros conhecidos como fundos de índice. Negociados na Bolsa, acompanham o desempenho de indicadores de mercado.
Trata-se de uma alternativa ao investimento direto em criptomoedas que permite que o processo seja feito em um ambiente regulado, dentro da Bolsa de Valores.
Um ETF de bitcoin (BTC) é um produto financeiro com exposição à criptomoeda. Essa é uma boa oportunidade para que investidores se protejam do risco cambial ao se expor a um ativo dolarizado e com alta liquidez, como é o caso do Bitcoin.
Na prática, a ETF de Bitcoin representa uma nova forma de investir nesse tipo de produto. Até então era possível somente comprar bitcoins nas corretoras especializadas.
No caso de um ETF de criptomoeda, basicamente, a lógica é a mesma das demais ETFs. Se o ETF BOVA11, por exemplo, acompanha o Ibovespa, se valorizando ou desvalorizando de acordo com aquele que é o principal índice da B3, um ETF de criptomoeda acompanha índices que seguem cotações de moedas digitais.
Por meio dos ETFs de Bitcoin é possível investir com diversificação, usando esses ativos para compor uma carteira de maneira mais robusta. Isso ajuda a mitigar riscos e dar ao portfólio possibilidades mais interessantes de ganho financeiro futuro, já que esse é o principal atrativo do Bitcoin.
Atualmente o Brasil possui dois ETFs de Bitcoin, sendo o QBTC11, lançado pela QR Asset em junho, o pioneiro no setor e que já acumula R$ 128 milhões em AUM e bateu, na segunda 12, o recorde de negociação na B3. Foram negociadas 3,861 milhões de cotas, um total de R$ 41,884 milhões movimentados.
Já o Hashdex Nasdaq Bitcoin Reference Price Fundo de Índice (BITH11) o primeiro ETF de criptomoedas que replicará um fundo que busca neutralizar as emissões de carbono resultantes da mineração do BTC.
A previsão é que este produto chegue na B3 ainda na primeira quinzena de agosto.
ETFs são o que se chama de fundo passivo, ou seja, não existe um gestor que se responsabiliza pela escolha dos ativos, mas sim uma referência a ser seguida.
Essa referência pode ser, por exemplo, o índice Ibovespa, mas existem ETFs de diferentes índices de ações, de renda fixa e variável, estrangeiros e até BDRs, que representam ativos de empresas brasileiras que são negociados no exterior.
Em resumo, quando investe em ETF, o a remuneração do investidor acompanha o comportamento de determinado índice. Na prática, ao aportar neste ativo, a pessoa tem a garantia de que as aplicações do fundo se darão de acordo com os ativos que compõem determinado índice, de maneira que sua rentabilidade acompanhará os resultados por ele apresentados.
Segundo os especialistas da Expertamedia, por se tratar de um investimento em renda variável, os ETFs são recomendados para investidores que já contam com uma experiência mínima no mercado de investimentos, ou seja, clientes que já apresentam uma reserva de patrimônio que não será resgatada imediatamente e procuram soluções para o longo prazo.
"Assim, o produto é adequado pelo menos para quem possui o perfil moderado, sendo útil também para estratégias de quem tem o perfil arrojado, não sendo indicada para conservadores.", destaca.
Isso porque, por serem fundos de índices, ETFs exigem certa tolerância ao risco, uma vez que, mesmo ao apostar no sucesso de indicadores de renda variável como o IBOV e o S&P 500, por exemplo, não há garantias de que os índices estarão sempre em alta a ponto de justificar o investimento realizado.
É relativamente simples investir nesse mercado. Da mesma forma como ocorre na compra e venda de ações, a negociação de ETFs ocorre no mercado integral ou fracionário, bastando o investidor ter uma conta aberta em uma plataforma de investimentos de uma corretora com acesso ao Home Broker.
Assim, ele precisa conhecer o código do ETF - o ticker - para ter acesso ao produto financeiro.
Uma vez no Home Broker, é preciso ir até o campo de negociações, digitar o código do ETF, como por exemplo, BOVA11, e indicar a quantidade de cotas que pretende adquirir, além do valor da compra a ser realizada.
Além do ETF de Bitcoin o Brasil também ganhou recentemente dois ETFs de Ethereum (ETH), ambos aprovados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM),
O primeiro deles será negociado sob o ticker QETH11 e replica o preço do Ethereum seguindo o índice CME CF Ether Reference Rate, um dos mais amplos e seguros do mercado, que é usado pela Chicago Mercantile Exchange Group - maior bolsa de derivativos do mundo.
O QETH11 recebeu aprovação inicial da CVM no dia 28 de junho e deve ser negociado na B3 ainda em agosto.
No caso da Hashdex o produto será negociado com o ticker ETHE11 e também deve ser disponibilizado para negociação na B3 ainda em agosto, segundo informou a empresa.
Segundo informações compartilhadas com o Cointelegraph, o administrador do ETF da Hashdex será o Banco Genial e a empresa brasileira também conta com parceria com a Nasdaq na elaboração do produto que será negociado no Brasil.
A Hashdex também administra um ETF de criptomoedas, o HASH11, que segundo relatório compartilhado pela Big Data Smartbrain, com o Cointelegraph Brasil é o segundo produto de investimento mais negociado na B3.
CASSIO GUSSON