Um passo importante para o Ethereum 2.0 ocorreu em dezembro de 2020. Contudo, ele é apenas um passo em uma caminhada maior, algo que alguns investidores ainda não sabem. O processo para atualização do Ethereum para um protocolo de prova de participação (PoS) ainda demanda algumas fases.
A Fase 0 é aquela ocorrida em dezembro de 2020, quando a Beacon Chain ganhou vida. Agora, é necessário integrá-la à rede principal (mainnet), bem como acrescentar o sharding.
Inicialmente, a página oficial do Ethereum 2.0 prevê a fusão entre Beacon Chain e mainnet entre 2021 e 2022. Entretanto, a atualização já foi adiada algumas vezes, razão pela qual o prazo não é garantido.
De qualquer forma, até lá, Beacon Chain e mainnet são desenvolvidas separadamente. Esta é a fase atual, na qual os hard forks vão preparando a mainnet para receber a Beacon Chain, tornando o Ethereum PoS.
Ou quase. Após a fusão entre as duas redes, alguns passos ainda são necessários.
Entusiastas se depararam com notícias envolvendo o staking de Ethereum. Mais precisamente, a alocação de 32 ETH em um contrato inteligente.
A importância do valor mínimo de ETH alocada se dá justamente no momento de fusão entre Beacon Chain e mainnet. Uma vez que a mineração não será requerida, são os usuários com ETH destinadas ao Ethereum 2.0 que validarão a mudança.
Contudo, os valores ainda ficarão alocados no protocolo por um tempo após a migração. Segundo a descrição oficial da atualização, uma migração simples foi imagina pelos desenvolvedores. Isso envolve, dentre outras coisas, retirar funcionalidades extras inicialmente — como saque de valores alocados.
Mesmo assim, desenvolvedores tranquilizam os usuários, afirmando que a função será implementada logo após a fusão.
Após a migração e inclusão da possibilidade de saque de ETH, ocorrerá a implantação do Sharding. Trata-se de plano para maximizar a escalabilidade do Ethereum 2.0, dividindo a rede em 64 novas cadeias.
Um dos benefícios do Sharding, segundo os desenvolvedores, é a possibilidade de qualquer usuário executar um nó da rede. Tendo em vista a divisão da rede, o processamento de transações ficará mais “leve”, permitindo que dispositivos menos potentes operem nós.
Essa ação contribuirá para a descentralização da rede, de acordo com o site oficial. Além disso, o processo de Sharding será dividido em duas fases.
Durante a primeira implementação, apenas a capacidade da rede será aumentada. Já na segunda fase, novas cadeias criadas poderão executar contratos inteligentes, impulsionando ainda mais a escalabilidade.
Entretanto, é importante ressaltar que a comunidade ainda está discutindo a necessidade desta segunda fase.
As soluções atuais de escalabilidade em segunda camada são de grande ajuda para implementação do Ethereum 2.0. Inicialmente, o processo de Sharding era a prioridade.
Todavia, o surgimento dos rollups para melhorar a efetividade do Ethereum fez com que o foco mudasse para a fusão.
Assim, não é errôneo dizer que os esforços de desenvolvimento na mainnet ajudaram, ainda que indiretamente, a implementação do Ethereum 2.0.
Como é possível observar, muito trabalho ainda precisa ser feito no Ethereum para implementar a prova de participação. O lado positivo é que, ao mesmo tempo, muito trabalho tem sido feito para agilizar o processo.
Gino Matos