Um ex-funcionário de uma extinta exchange global, Cryptopia, se declarou culpado de roubar US$ 171 mil em criptomoedas por meio de roubo de dados de acesso a carteiras de criptoativos. Ele foi condenado nesta segunda-feira (05) em um tribunal de Christchurch, cidade onde ficava a sede da empresa. Sua sentença deve sair no dia 20 de outubro, conforme informações do site local Stuff.
“O réu admitiu que estava frustrado com a Cryptopia, mas também motivado pela crença de que poderia escapar impune do roubo, pois achava que ninguém jamais verificaria as antigas carteiras de depósito”, diz um trecho do processo que o site neozelandês teve acesso.
De acordo com a reportagem, o réu, cujo nome não foi revelado, criou cópias das chaves privadas e as salvou em um dispositivo USB, sem autorização de seus superiores enquanto trabalhava para a plataforma. A ação lhe permitiu o acesso a mais de US$ 100 milhões em criptomoedas. Ele só confessou o crime quando soube que a Grant Thornton estava revisando as antigas carteiras de depósito da exchange e que seria descoberto.
Por sua vez, a empresa de auditoria descobriu que 13 bitcoins haviam sido desviados de várias carteiras. Diante disso, o acusado disse aos auditores que pretendia devolver todos os fundos roubados, desde que tivesse a garantia de que não seria processado — e o fez no dia seguinte, descreve o site.
Além de ser processado, pesou sobre ele ainda um golpe de US$ 1 mil que ele teria aplicado em uma pessoa com quem teve um “relacionamento especial”, descreveu o site, sendo aplicada então sua prisão sob fiança. O valor, contudo, não foi revelado.
A exchange neozelandesa anunciou sua falência em 2019 depois de ser hackeada duas vezes. No primeiro roubo, em janeiro daquele ano, foram transferidos 19.390 ETH para um endereço desconhecido, que dava na época cerca de US$ 2,5 milhões.
Dez dias depois, porém, um relatório apontou que o verdadeiro prejuízo havia sido de cerca de US$ 16 milhões, aproximadamente R$ 60 milhões na época. Na segunda invasão, que ocorreu duas semanas depois, a Cryptopia foi hackeada em 1.675 ethereum (cerca de R$ 700 mil na época).
Meses depois, seu diretor, Adam Clark, abriu uma nova plataforma chamada Assetylene, mas não vingou. Em seu auge, A Cryptopia empregava mais de 80 funcionários e atendia cerca de 1,4 milhão de clientes em todo o mundo, inclusive no Brasil, dado ao seu vasto suporte a uma gama de altcoins.
Wagner Riggs