A Chainalysis divulgou um relatório na quarta-feira (16) intitulado Key Players in the Cryptocurrency Ecosystem. O propósito é mostrar as empresas de destaque no mercado de criptomoedas. O relatório abrange oito setores entre carteiras, exchanges e finanças descentralizadas (DeFi).
Segundo a empresa, o relatório visa auxiliar instituições, governos e o mercado tradicional a ter uma melhor compreensão a respeito do mercado de criptomoedas e, com efeito, escolher as empresas mais seguras para operar.
“A chave para identificar e abordar com segurança novas oportunidades é entender quem são as entidades que conduzem as transações de criptomoeda, ou seja, o nível de risco e atividades ilícitas associadas”, diz o relatório.
Em primeiro lugar, a Chainalysis elaborou uma classificação explicativa de risco. Nela, as exchanges, mineradoras e carteiras, bem como protocolos DeFi, são classificados como risco de moderado a baixo.
Os serviços com melhores avaliações são as carteiras, serviços de pagamento (merchant services) e os pools de mineração. Segundo a Chainalysis, estes são os serviços que possuem os mais elevados níveis de segurança. Em outras palavras, o investidor ou usuário de criptomoedas estará mais protegido ao usá-los.
Em relação às carteiras, a Chainalysis ressaltou a diferença entre as carteiras custodiais e não-custodias. As primeiras realizam a guarda das chaves privadas em uma infraestrutura criada pela própria carteira, fornecendo mais praticidade no uso em troca, porém, de um menor grau de segurança.
As carteiras não-custodiais, pelo contrário, permitem que o usuário guarde as chaves por conta própria. São mais seguras, porém exigem mais atenção na segurança das chaves privadas.
Ao mesmo tempo, o relatório alerta para os famosos golpes com carteiras falsas que podem causar o roubo de criptomoedas. A recomendação da Chainalysis é ficar atento e sempre realizar o download através do site oficial das carteiras.
Entre as mineradoras, a BTC.com e a NiceHash foram citadas como exemplos no relatório. A Chainalysis também destacou que a mineração pode ser utilizada para fins ilícitos, pois alguns pools não recebem criptomoedas apenas pela mineração. Por isso, grupos que desejam realizar lavagem de dinheiro podem se aproveitar disso.
Todavia, os principais pools enviam e recebem fundos exclusivamente da atividade de mineração, o que torna esse risco extremamente baixo.
O relatório aborda a classificação de risco das exchanges, principais meios para negociação de criptomoedas. Desde abril de 2020, as exchanges negociaram cerca de US$ 1 trilhão em criptomoedas, ou R$ 5 trilhões em valores atuais.
Naturalmente, o relatório traz como exemplos as maiores exchanges, como Coinbase, Binance, Kraken e até a plataforma LocalBitcoins. Porém, ao contrário da mineração e das carteiras, as exchanges não foram unanimidades para a Chainalysis, que colocou uma classificação de risco mista.
O principal risco apontado foram os ataques phishing, quando hackers criam sites falsos de empresas conhecidas a fim de roubar dados e dinheiro dos usuários.
Por último, a Chainalysis destaca o setor de DeFi como uma das maiores histórias de sucesso nas criptomoedas em 2020. Paralelamente, as exchanges descentralizadas (DEX) foram cotadas pela empresa como a principal tendência para o avanço das criptomoedas no futuro.
Luciano Rocha