A adoção do Bitcoin (BTC) como moeda corrente em El Salvador colocou o país no “Padrão Bitcoin.” Ao mesmo tempo, um estudo avalia quanto cada país do mundo deveria ter da criptomoeda.
O estudo em questão foi realizado pelo site Be More Bitcoin. Para a realização do cálculo, o site leva em conta dois critérios: tamanho da população e Produto Interno Bruto (PIB).
Para realizar o cálculo, o estudo levou em conta os 21 milhões de BTC que serão minerados, bem como estimou que nenhuma unidade fosse perdida. Adicionalmente, três critérios foram incluídos.
Neste caso, os cinco países mais populosos do mundo teriam as seguintes frações de BTC:
Em suma, apenas estes 5 países teriam em mãos cerca de 45% da oferta total de BTC. Levando-se em conta a oferta circulante (18,7 milhões de BTC), o percentual iria para 50,8%.
O Brasil também está na lista, com o equivalente a 561.018 BTC para a sua população atual. Por outro lado, El Salvador deverá possuir 17.155 BTC.
Ao que tudo indica, tal representação ilustra um exemplo de desigualdade que já é visto no mundo atual. Segundo os autores do estudo, isso de fato acontece, mas por uma desigualdade de adoção do BTC.
“De certa forma, alguns dos países mais estáveis podem acabar sendo os mais prejudicados por isso, já que a necessidade de mudança é menor. Isso faz com que suas populações sejam mais lentas em termos de adaptação”, afirma o estudo.
Em outras palavras, a desigualdade na adoção do BTC tende a ocorrer de forma inversa ao que acontece atualmente. Países mais pobres, como El Salvador, que não demoram em adotar a criptomoeda, poderão sair em vantagem contra seus pares mais ricos e estáveis.
Se os países mais pobres buscam o BTC para se desenvolver, os países mais ricos tendem a querer evitar a perda dessa posição. Nesse sentido, essas nações poderão adoção do BTC não como ferramenta de liberdade, mas sim para manter o status quo.
Porém, guardar o equivalente a um PIB inteiro em BTC não é tarefa simples. Segundo este critério, as maiores economias do mundo deveriam ter os seguintes valores:
No quesito de PIB, a concentração é ainda maior. Os EUA, por exemplo, aumentariam em quase seis vezes, enquanto o da China apresenta uma leve redução.
Por outro lado, as 5 maiores economias deteriam 54,12% de todos os BTC possíveis, ou 60,78% quando levado em conta o total em circulação.
Curiosamente, os números de Brasil e El Salvador são mais baixos, com os BTC em relação ao PIB sendo de 440.359 e 6.468 BTC, respectivamente.
Luciano Rocha