Quase metade dos milionários da geração Y, ou millennials (entre 25 e 40 anos), têm pelo menos 25% de sua riqueza em criptomoedas. Foi o que revelou uma pesquisa realizada pela CNBC.
Segundo o levantamento, dos 750 investidores entrevistados, com pelo menos US$ 1 milhão em ativos, 47% têm ao menos um quarto da fortuna em criptoativos.
Além disso, mais de um terço dos milionários da geração do milênio têm pelo menos 50% de sua riqueza em ativos digitais.
Conforme destacou a CNBC, os resultados revelam que essa nova geração usa as criptomoedas para gerar riqueza. Os nascidos entre 1981 e 1996 perceberam a tendência deste mercado desde o início.
Agora, são capazes de ganhar vastas fortunas e aumentar seus investimentos existentes a partir das valorizações de preços de criptomoedas como Bitcoin e Ethereum.
Por outro lado, os milionários mais velhos têm muito menos probabilidade de investir em criptoativos. De acordo com a pesquisa, 83% desses milionários não possuem nenhum patrimônio em criptomoedas. Apenas 1 em cada 10 mantém mais de 10% de seu patrimônio em ativos digitais.
O levantamento mostrou ainda que nenhum dos milionários baby boomers (nascidos entre 1945 e 1964) ou de gerações mais velhas têm mais de 10% de sua riqueza em criptomoedas.
“Os investidores mais jovens saltaram sobre os criptoativos mais cedo, quando não eram tão conhecidos. Os investidores mais jovens estavam mais intelectualmente engajados com a ideia, embora ela fosse nova. Os investidores mais velhos e os boomers diziam, em grande parte, ‘Isso é legítimo?’”, ressaltou George Walper, presidente do Spectrem Group, que conduziu a pesquisa com a CNBC.
O crescimento da demanda por criptomoedas por parte dos jovens milionários pode mudar a indústria de gestão de patrimônio.
Na verdade, isso já está acontecendo, com bancos privados, corretores e companhias do setor concorrendo para atender esse novo público.
Para Walper, nos próximos anos, a chave para atrair essa geração de clientes ricos pode ser mais sobre criptomoedas do que ações, títulos e fundos de hedge tradicionais.
“Já estamos vendo a reação da indústria. Vemos cada vez mais provedores oferecendo acesso a investimentos em criptomoedas. Está mudando rápido”, observou.
A pesquisa levantou ainda o percentual de investidores que possuem tokens não fungíveis (NFTs, na sigla em inglês). O resultado mostra um abismo geracional.
De modo geral, os milionários consultados disseram não saber o que é um NFT. Ademais, mais de um terço opinou que essa indústria é uma “moda exagerada”.
No entanto, dois terços dos milionários da geração do milênio disseram que os NFTs “são a próxima grande tendência”. Cerca de 50% deles disseram possuir NFTs. Outros 40% afirmaram que não possuem os tokens, mas consideram a possibilidade.
Entre os milionários baby boomers, 98% disseram que não possuem nem consideram possuir NFTs.
“Os NFTs só recentemente começaram a fazer parte da cobertura da mídia. Portanto, as gerações mais velhas estão ainda mais atrasadas no entendimento”, concluiu Walper.
Lorena Amaro