O lançamento do real digital pode ocorrer apenas em 2024, conforme e-mail enviado pelo Banco Central (Bacen) ao CoinDesk. Ou seja, a moeda poderá não ser lançada em 2022, como previa o Bacen.
De acordo com o Bacen, o lançamento do real digital dependerá tanto da conjuntura internacional quanto da evolução do projeto em si.
“Na avaliação atual do Bacen, as condições para a adoção de uma CBDC brasileira serão alcançadas em dois a três anos”, disse a autarquia.
Apesar de não ter sido lançado, o real digital possui dois embriões. Em primeiro lugar, há o sistema de pagamentos instantâneos Pix, seguido pelo Open Banking, que será lançado ainda este ano.
O Bacen ressaltou que o sucesso dessas duas tecnologias servirá como impulso para o real digital. No caso do Pix, tal sucesso já aconteceu: o sistema movimentou R$ 1 trilhão em seis meses. Além disso, mais de 80% dos usuários estão satisfeitos com o sistema.
Alguns economistas vão além e afirmam que o Pix já é, de fato, o real digital. É o caso de Fernando Ulrich, que gravou um vídeo com esse tema.
“O Pix é o início do Real Digital. Arquitetura, infraestrutura, modo de funcionamento, está tudo pronto. E a inclusão dos saldos da Conta PI na base monetária ilustra isso. A Conta PI é o que pode se transformar no Real Digital”, afirmou Ulrich.
O possível atraso, contudo, não diminuiu as expectativas do Bacen com o real digital. O banco voltou a ressaltar que a moeda trará digitalização para o meio financeiro.
Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o país ficou na 16º posição na primeira edição do Índice de Governo Digital.
O ranking reuniu 33 países da OCDE, além de alguns convidados – caso do próprio Brasil, que não é membro da OCDE. A colocação brasileira superou países que são referências em digitalização, como Alemanha, Estônia e Países Baixos.
Porém, o real digital não substituirá o dinheiro físico ou os depósitos bancários, embora a tendência é que o dinheiro físico seja cada vez menos utilizado.
Luciano Rocha