Um argentino está vendendo seu apartamento, localizado no centro de Buenos Aires, por dois bitcoins, segundo reportagem publicada pelo La Nation na segunda-feira (12). De acordo com o Índice de Preço do Bitcoin (IPC), o valor daria cerca de R$ 730 mil.
O vendedor – cujo nome não foi revelado – disse ao veículo que prefere receber por meio do ativo digital para se proteger da depreciação da moeda dos Estados Unidos:
“Não vou conseguir o preço que desejo vendendo (o imóvel) em dólares por causa da situação que vemos hoje. E, para vender mal, prefiro que seja em uma moeda que me proteja contra a desvalorização do dólar”.
Ele falou também que, além de bitcoin, está disposto a aceitar altcoins. De acordo com ele, as criptomoedas são uma “salvaguarda” que as “pessoas dão valor e estão dispostas a trocá-las umas com as outras”, inclusive para comprar uma casa.
O apartamento à venda, segundo o La Nation, é um studio localizado em um prédio importante da cidade, considerado pelo governo argentino um “Distrito de Proteção Histórica”.
Construído no início do século XX, sua arquitetura foi projetada para sinalizar onde morava a burguesia argentina, e já serviu como sede do Ministério do Trabalho. O link do anúncio não foi divulgado na matéria.
O proprietário, que segundo o site argentino vive na Espanha desde 2019, acredita que o bitcoin e as outras criptomoedas continuarão em alta no futuro.
“Se você levar em conta que apenas 5% da população sabe que a criptomoeda existe, imagine o potencial de crescimento que ela tem. Ver o bitcoin em US$ 600 mil não será estranho em alguns anos. Que me deem um bitcoin e meio por este studio, que pergunto ao comprador ‘onde assino?’”, disse.
As criptomoedas estão em alta no país vizinho. A crise econômica levou a população a procurar ativos alternativos, como as criptomoedas, para proteger seu dinheiro da desvalorização do moeda local.
Em janeiro, a busca no Google por bitcoin bateu recorde no país e foi duas vezes maior do que durante o bull run de 2017, um acontecimento que não se repetiu no Brasil, por exemplo.
Enquanto isso, o governo argentino aumenta a fiscalização no setor. Na semana passada, o Banco Central da Argentina (BCRA) obrigou as instituições financeiras a dar informações de todo cliente que compra, vende e armazena ativos digitais.