A Fênix DTVM, uma empresa de serviços financeiros especializada no mercado de ouro fundada em 2020, anunciou esta semana que realizou a primeira venda de uma barra do metal precioso do Brasil totalmente rastreada pela tecnologia blockchain. A iniciativa contou com a parceria da Minespider, que é uma plataforma que uma blockchain com permissão pública e é projetada para rastreabilidade da cadeia de suprimentos.
Segundo a Fênix DTVM, a rastreabilidade irá se expandir para a cadeia de suprimentos de todos os produtos de ouro, o que envolve a integração entre a plataforma Minespider e a infraestrutura digital existente da Fênix e a rastreabilidade de 100% de todos os fornecedores e das operações até o final de 2023.
“Queremos mostrar que é possível ser um agregador global de metais, promover a transmissão de uma cultura positiva de originação responsável e garantir que os pequenos e médios mineradores brasileiros sejam respeitados em sua produção de ouro”, afirmou o COO da Fênix DTVM, Pedro Eugênio Procópio.
De acordo com informações da página oficial da Fênix DTVM, que está entre as 12 empresas do grupo FNX, responde atualmente pela comercialização de 48% do ouro extraído em áreas de PLG (Permissão de Lavra Garimpeira) no Brasil.
“O ouro é um produto amplamente voltado para o consumidor, em joias ou como investimento. E os consumidores merecem saber que suas decisões de compra não impactam negativamente a saúde ambiental ou os direitos humanos em outros lugares”, disse o CEO da Minespider, Nathan Williams.
Monal Thakkar, diretor-geral da compradora da primeira barra de ouro rastreada por blockchain do Brasil, a ASHOKA Global, uma das principais empresas de importação e exportação de metais preciosos do mundo, destacou a importância da iniciativa:
“Garantir a autenticidade da origem do ouro, para nós, que somos grandes players do mercado mundial, é fundamental. Isso fortalece muito nosso relacionamento comercial, pois traz mais transparência ao processo de compra do ouro.”
A Fênix DTVM também informou que atualmente já exige que seus fornecedores passem pela certificação de sustentabilidade da Certamine, iniciativa que, segundo a empresa, vai além das exigências nacionais.
A empresa opera no âmbito da Lei 12.844, de 2014, que determina que todo ouro extraído em áreas de “PLGs tem que ser comercializado junto a uma instituição financeira, no caso as DTVMs (Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários), que são reguladas pelo Banco Central, têm autorização para exercer a compra diretamente dos garimpeiros e instalam postos de compra nas frentes de extração.”
A utilização da blockchain também faz parte de um projeto apresentado recentemente pelo deputado federal Professor Reginaldo Veras (PV-DF). O parlamentar quer modificar o Estatuto do Garimpeiro e incluir o uso da tecnologia disruptiva no combate à extração ilegal de ouro no país, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
WALTER BARROS