BRC-20 é um padrão experimental para emissão e transferência de tokens fungíveis na rede Bitcoin. Isso mesmo, emitir tokens direto na blockchain do Bitcoin, sem a necessidade de um layer 2, como RSK ou Liquid.
A implantação, emissão e transferência desses tokens são feitas por meio de uma entrada de dados JSON. Daí sua relação com os NFTs Ordinals do Bitcoin.
A criação desse padrão é creditada a um desenvolvedor conhecido como Domo no Twitter. Em 8 de março, o cientista da computação anunciou seu progresso nessa área e reconheceu que seria difícil para ele continuar com esse teste. Por isso, preferiu compartilhar o projeto para que outras pessoas experimentassem.
Uma das maneiras mais fáceis de emitir e gerenciar esses tokens é oferecida pela carteira UniSat. Esta carteira permite criar uma inscrição com os dados do token, como o nome, o acrónimo que o irá identificar, o valor total e o titular.
A inscrição é salva na blockchain do Bitcoin como parte da transação que envia o satoshi associado ao token do proprietário. Depois que o registro é criado, o token pode ser verificado em qualquer navegador compatível com NFT Ordinals.
O nome BRC-20 é uma referência ao padrão ERC-20 da Ethereum. No entanto, ambos os padrões diferem em várias de suas características, especialmente devido às diferenças entre as redes em que trabalham, Bitcoin e Ethereum.
Em primeiro lugar, os tokens BRC-20 do Bitcoin não têm a capacidade de interagir com contratos inteligentes, enquanto os ERC-20 sim.
Outras limitações dos tokens BRC-20 em comparação com os do Ethereum é que eles não podem ter decimais, não podem ser queimados ou congelados e não podem ter funções adicionais, como aprovação ou delegação.
Domo enfatizou repetidamente que sua ideia de tokens BRC-20 não deve, sob nenhuma circunstância, ser considerada um contrato inteligente, pois ele não é e está longe disso.
“Esta é uma experiência extremamente dinâmica e desencorajo veementemente qualquer tipo de decisão financeira que possa ser tomada com base em seu design. No entanto, o que eu quero é encorajar a comunidade Bitcoin a brincar com os designs e otimizações do padrão, até chegarmos a um consenso sobre as melhores práticas (ou todos decidirmos juntos que isso é uma má ideia)”, disse Domo.
Domo aconselha as pessoas a não gastarem muito dinheiro emitindo esses tokens que, para ele, não valem nada. Na verdade, o desenvolvedor recomenda outras ferramentas e protocolos para a emissão de ativos Bitcoin, como o Taro, que ele diz ser “inequivocamente” uma escolha mais ideal para isso.
Cassio Gusson