No dia 7 de fevereiro, o Banco da Inglaterra e o HM Treasury (departamento do Governo do Reino Unido responsável pelas finanças públicas e pela política econômica) publicaram um paper de consulta sobre a “libra esterlina digital”, uma moeda digital do banco central (CBDC) do Reino Unido.
Eles acrescentaram que a CBDC estaria sujeita a padrões rigorosos de privacidade e proteção de dados.
“Ela melhoraria a privacidade por design e permitiria que usuários fizessem escolhas sobre seus dados”, disse o Banco.
O Banco da Inglaterra disse que era cedo demais para decidir sobre o lançamento da libra esterlina digital, mas julgou que ela provavelmente seria necessária no futuro.
A CBDC de varejo seria utilizada pelas famílias e negócios para pagamentos do dia a dia, disse o paper. Além disso, ela seria utilizada em lojas e para compras online e seria transferível entre as partes.
A libra esterlina digital coexistirá com dinheiro em espécie e será intercambiável com ele e depósitos bancários. Além disso, seria possível utilizá-la através de smartphones, o que sugere que o banco central também estaria desenvolvendo uma carteira digital.
O banco reconheceu que pagamentos em espécie estão em declínio, o que impulsionou sua busca por uma economia digital. Em 2021, pagamentos via cartões de crédito/débito representaram quase 60% dos pagamentos no Reino Unido, e 32% de todos os pagamentos foram por aproximação, segundo o paper.
Entretanto, o Banco ainda não está preparado para eliminar o dinheiro espécie, pois ele permanece popular entre diversos cidadãos.
“Cerca de 1,2 milhão de adultos do Reino Unido não têm contas bancárias, e cerca de um quinto das pessoas tem o dinheiro em espécie como seu método de pagamento preferido.”
Mais importante ainda, o paper estipulou que o Banco da Inglaterra e o governo não teriam acesso a dados pessoais. Essa declaração deve dissipar os medos de que as CBDCs estariam sendo usadas por governos como ferramentas de vigilância financeira.
Diferentemente de diversas nações asiáticas, a libra esterlina digital estaria disponível para residentes fora do Reino Unido, segundo o banco.
Entretanto, o Banco da Inglaterra é veementemente contrário a criptomoedas descentralizadas, então isso poderia ser um movimento para afastar as pessoas delas.
De acordo com o acompanhador de CBDC do Atlantic Council, 11 países já lançaram uma CBDC, e todos eles são do Caribe, com exceção da Nigéria. Além deles, 17 países estão fazendo testes, a maioria na Ásia.
O Reino Unido ainda está na fase de desenvolvimento para sua CBDC, junto com 33 outros países.
Em 7 de fevereiro, o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) anunciou que focará em CBDCs em 2023 para melhorar os sistemas de pagamento.