A Ucrânia se tornará a melhor jurisdição do mundo para criptoativos, promete o ministro que supervisiona a transformação digital do país. Numa coletiva de imprensa no Fórum Econômico Mundial, em Davos, Mykhailo Fedorov elogiou o apoio da comunidade cripto à sua nação atingida pela guerra.
Durante os estágios iniciais da invasão militar russa, doações através de criptomoedas foram “extremamente úteis para a Ucrânia”, disse o vice-primeiro-ministro e ministro de Transformação Digital do país.
Durante uma coletiva de imprensa no Fórum Econômico Mundial (WEF), Fedorov explicou que, mesmo com as restrições monetárias impostas pela lei marcial, a Ucrânia foi capaz de comprar rapidamente tudo que precisava para suas forças armadas graças ao apoio da comunidade cripto internacional.
O político de alto escalão também enfatizou que o governo está desenvolvendo o arcabouço legal necessário com uma abordagem abrangente para a completa legalização das criptomoedas. Uma lei chamada “Sobre Ativos Virtuais” foi aprovada pelo Verkhova Rada, o parlamento ucraniano, em fevereiro do ano passado.
Para que essa legislação entre em vigor, alterações no Código Tributário também são necessárias. Uma vez adotadas, a Ucrânia terá a melhor jurisdição para cripto no mundo, insistiu Fedorov, dizendo ainda que:
“A Ucrânia é candidata à adesão à União Europeia. Nós temos que nos harmonizar com a lei europeia, levando em conta as práticas e recomendações do FMI e do Banco Mundial.”
O representante ucraniano também destacou o progresso na emissão de uma moeda digital do banco central (CBDC) ucraniana. “Duas semanas atrás, eu vi um projeto-piloto da hryvnia eletrônica”, disse ele, se referindo ao projeto que está sendo realizado em cooperação com a Stellar e um banco privado.
O Banco Nacional da Ucrânia pretende propor em 2024 uma legislação dedicada à introdução da CBDC, revelou Mykhailo Fedorov. “Eu planejo me tornar seu primeiro usuário de testes e receber meu salário em e-hryvnia”, disse ele.
Apesar do intenso conflito com a Rússia, as autoridades em Kiev têm um “plano muito ambicioso” de fazer a Ucrânia se tornar o país mais digitalizado nos próximos dois anos. “A digitalização será a base para a reconstrução. Nós estamos fazendo essas mudanças durante a guerra”, explicou Fedorov.
O vice-primeiro-ministro também destacou o apoio que sua nação está obtendo no processo de digitalização, se referindo aos recursos e à experiência de países do G7 como Estados Unidos e Japão. Ele ainda pediu pela continuação de sanções tecnológicas contra a Rússia, que, segundo ele, ainda está comprando componentes utilizando ativos virtuais e intermediários.