O banco Bradesco, um dos maiores bancos do Brasil, anunciou que pretende oferecer negociação de Bitcoin e criptomoedas. Segundo revelou ao jornal Valor, André Bernardino, diretor de ações e custódia do Bradesco, a instituição entende que as criptomoedas vieram para ficar.
Bernardino disse ainda que o banco não havia 'entrado' no mercado de criptoativos ainda, pois esperava uma definição regulatória sobre o tema, algo que foi contemplado com a publicação da Lei das Criptomoedas (Lei 14.478) sancionada pelo Presidente da República no ano passado.
O executivo destacou também que o banco pretende abrir diversas frentes com o mercado de criptoativos, uma delas é investir no segmento de tokenização de títulos e dívidas, algo que também vem sendo feito pelo Itaú e que teve como pioneiro no Brasil a exchange Mercado Bitcoin e a fintech Liqi.
O Bradesco também pretende entra no mercado de gestão de fundos com exposição em criptomoedas, assim como fazem BTG, Itaú, entre outras instituições nacionais.
Bernardino revelou também que nos planos do banco também está prevista a negociação de Bitcoin e criptomoedas, porém ele não revelou se isso deve ocorrer nos moldes do Nubank, com um parceiro externo ou seguindo o exemplo do BTG que criou uma plataforma própria.
"Esse mercado já chegou e chegou para ficar. Abrir para negociação de criptomoedas é algo que está dentro dos nossos planos. A CVM [Comissão de Valores Mobiliários] autorizou que fundos invistam em cripto e o Bradesco é um dos maiores administradores de fundos do Brasil”, revelou ao Valor.
O executivo do Bradesco destacou que a tokenização é o primeiro passo do banco no mercado cripto e que os demais devem ocorrer em breve assim que a legislação evoluir, pois ainda falta o Governo Federal definir o regulador do mercado cripto e, este regulador, publicar as regras efetivas para as instituições operarem no mercado cripto.
Com relação a tokenização o banco anunciou recentemente a conclusão da primeira operação piloto de tokenização de um título emitido pela instituição bancária, no caso uma Cédula de Crédito Bancário (CCB), no valor de R$ 10 milhões, que agora também utilizará o Distributed Ledger Technology (DLT), que a tecnologia de livro-razão, na tradução em português, baseada na tecnologia blockchain.
O criptoativo deverá ser listado na Bolsa OTC Brasil, que é uma plataforma destinada à negociação de tokens atrelados aos respectivos papéis emitidos por companhias de capital aberto e sociedades anônimas fechadas, projeto aprovado em 2021 no âmbito do Sandbox Regulatório do Banco Central do Brasil.
Conforme o comunicado, o Bradesco atuou na transação como originador e distribuidor dos títulos, em conjunto com a Bolsa OTC Brasil, cuja plataforma, além dos CCBs, atualmente possibilita a negociação de tokens de Cédulas de Crédito Imobiliário (CCIs) e Certificados de Cédulas de Crédito Bancário (CCCBs).