A corretora de investimentos Avenue Securities, que oferece investimentos em ações estrangeiras para brasileiros, viu seu volume de novas contas e investimentos disparar durante a abertura de capital da Coinbase na Nasdaq, nos Estados Unidos.
A Coinbase é a maior exchange de criptomoedas dos EUA e agitou o mundo financeiro ao lançar um IPO bilionário nesta semana.
Segundo o fundador da empresa, Roberto Lee, na segunda e terça-feira, dias 12 e 13 de abril, a Avenue teve recordes de abertura de contas e captação de investimentos. Ele disse ao NeoFeed:
“Você não tem noção do que foram esses últimos dias. Na segunda-feira e na terça-feira, abrimos 30% acima do último recorde. Captamos mais de R$ 60 milhões em um dia. Nos primeiros cinco minutos de negociações, enviamos seis mil ordens da Coinbase.”
O CEO da empresa diz que "nunca viu" um fenômeno parecido, nem mesmo quando passou por outras corretoras brasileiras renomadas, como a Clear, também fundada por ele e vendida para a XP.
A Avenue demorou para ganhar tração no mercado. Foram sete meses para captar 40 mil clientes, mas depois ganhou embalo. Hoje, a Avenue recebe 40 mil clientes por mês e já soma 265.000, com US$ 850 milhões sob custódia. Lee já mira o Nubank, maior banco digital brasileiro, e projeta "milhões de clientes. Ele traça o perfil do investidor da Avenue:
"É claramente o que desbancarizou e está investindo fora do banco. São pessoas que investem uma média de 10% do patrimônio no exterior. Investem em marcas. Aparece muito Apple, Alphabet, XP, Stone. Além dessas, Zoom, Slack e Coinbase, que foi uma loucura. Temos também muito ETF de renda fixa."
Ele também diz que o dólar tem tido efeito nos investimentos dos clientes, com o volume crescendo quando a moeda americana se valoriza contra o real. Ele atribui as ações da Coinbase a um "assunto de tribo" e diz que os dias de negociação superaram todos os recordes da corretora:
"Nos primeiros cinco minutos de negociações, enviamos seis mil ordens de Coinbase. Não tinha visto isso nem no Brasil, em minha carreira toda. Foram seis mil ordens de brasileiros aqui no exterior. Isso tem a ver com adoção, a turma está adotando e usufruindo o sistema financeiro internacional."
Apesar disso, ele não considera o IPO da Coinbase um "divisor de águas":
"Não, foi mais um evento. Mas temos certeza de que a expansão da vida financeira para o exterior começou. Esse é o momento que a gente vive."
