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À espera da inflação e da taxa de juros dos EUA, analista aponta possíveis cenários para o preço do Bitcoin

Publicado em 12/12/2022 às 16:31

Após uma semana de rara estabilidade para o preço do Bitcoin, retorno da volatilidade é a única certeza antes da divulgação dos dados do índice de Preços ao Consumidor (CPI) e da taxa de juros dos EUA nos próximos dias.
 

O Bitcoin fechou a primeira semana cheia de dezembro consolidando uma vela vermelha achatada, com pavios de alta e de baixa curtos, resultado de uma ação de preço limitada a uma variação de menos de US$ 1.000. Com US$ 17.424 como máxima e US$ 16.678 como mínima, o Bitcoin chegou ao final do domingo negociado por US$ 17.085, registrando uma queda mínima de 0,12%, de acordo com dados do CoinMarketCap. 

A rara estabilidade tem tudo para ser um raro momento de calmaria que antecede a tempestade diante dos importantes indicadores macroeconômicos a serem divulgados logo no início desta semana.

Na terça-feira, 13, será divulgado o Índice de Preços ao Consumidor dos EUA (CPI) para o mês de novembro. E no dia seguinte, o Banco Central dos EUA (Fed) divulgará o grau do próximo aumento da taxa de juros para a economia norte-americana.

Ambos os eventos estão inevitavelmente interligados e normalmente costumam ser catalisadores de alta volatilidade nos mercados financeiros. Esta semana, ao serem divulgados em sequência, prometem fortes emoções para os investidores.

Enquanto a semana se encerrou estável para as principais criptomoedas do mercado, os mercados de ações fecharam em baixa. Tanto o índice S&P 500 quanto o Índice Nasdaq acumularam perdas superiores a 3%, possivelmente em linha com um sentimento negativo nos mercados de opções de ações, onde foi registrado um forte movimento em busca de proteção contra eventuais quedas futuras.

 

Expectativas do mercado

O mercado projeta que a inflação de novembro medida pelo CPI recue de 7,7% ano a ano para 7,3%. Os principais itens de serviços e commodities monitorados pelo índice mostraram resiliência ao longo do ano foi difícil ver seus preços retrocedendo, mas agora passem ter começado a cair, ainda que marginalmente. No que diz respeito ao núcleo da inflação, a expectativa dos mercados indica uma desaceleração de 6,3% para 6,1% em relação ao ano anterior.

Na quarta-feira, espera-se que o Fed aumente sua taxa básica de juros em 50 pontos-base.

Nessa toada, o Bitcoin começou a semana oscilando em torno de US$ 17.000, ora acima ora abaixo, com a grande maioria dos traders aguardando a confirmação das projeções mencionadas acima. Nesse caso, destaca Diego Consimo, analista e fundador da Crypto Investidor, teremos um cenário favorável para um rali de Natal para o Bitcoin e o mercado de criptomoedas como um todo:

"Caso esse cenário se confirme, esperamos um forte rompimento do Bitcoin rumo aos U$20.000 em um primeiro momento, e posteriormente um teste de rompimento da Linha de Tendência de Baixa (LTB) de longo prazo na região dos U$22.000."

 

Note-se no gráfico abaixo que há uma linha de tendência de baixa a ser rompida no gráfico semanal tanto no que diz respeito ao preço do BTC quanto ao Índice de Força Relativa (RSI), que oferece uma medida do sentimento do mercado. Em ambos os casos, a tendência de baixa ainda prevalece.

Gráfico semanal BTC/USD anotado com destaque para LTBs. Fonte: Crypto Investidor

Por outro lado, pondera o analista, um cenário oposto, com alta da inflação acima das expectativas do mercado e um novo aumento de 75 pontos base na taxa de juros dos EUA, cria as condições para uma temporada de liquidações até o final do ano que podem conduzir o preço do BTC a novas mínimas:

"Diante de um cenário totalmente negativo, esperamos uma forte rejeição capaz de levar os mercados há um reteste dos suportes que têm sustentado o preço do BTC ultimamente na região de U$16.000 a U$15.500, com grandes chances de o Bitcoin buscar novos fundos em U$14.000 a U$12.000."

 Segundo Consimo, as mesmas condições estão dadas para o índice S&P 500:

"No cenário favorável, o S&P 500 deve romper sua LTB histórica rumo aos 4.300 pontos e posteriormente buscar um teste de topo. Em contrapartida, caso a inflação e a taxa de juros venham decoladas das expectativas do mercado, o S&P 500 testaria a região entre 3.600 e 3.500
pontos, com grandes chances de buscar um novo fundo em 3.200 pontos."

Na tarde desta segunda-feira, o S&P 500 acumula 3.958 pontos, com uma alta intradiária de 0,6%. Os alvos de alta e de baixa estão delineados no gráfico abaixo.

Gráfico diário anotado índice S&P 500. Fonte: Crypto Investidor

 

Dólar ainda enfraquecido

Enquanto isso, o índice do dólar (DXY) pode oferecer uma boa medida sobre as perspectivas para o Bitcoin, na medida em que historicamente ambos apresentam uma forte correlação inversa.

Embora o DXY tenha se recuperado parcialmente das mínimas de 5 meses registradas em 4 de dezembro, Consimo destaca a manutenção da divergência bearish no gráfico semanal para confirmar que a moeda norte-americana seguirá perdendo força no curto prazo:

"O comportamento do DXY indica que irá ocorrer um cenário positivo para os mercados essa semana, visto que o índice do dólar segue em forte queda no gráfico semanal. Ao observarmos o RSI e MACD podemos ver que há  uma grande margem para continuação da queda nas próximas semanas."

O MACD (Moving Average Convergence Divergence) é uma ferramenta de análise técnica usada para identificar mudanças na força, direção, impulso e duração de uma tendência específica no preço de um ativo que pode ajudar os investidores em suas decisões de compra e venda.

Conforme sinalizado por Consimo no gráfico abaixo, o MACD do DXY no gráfico semanal acaba de entrar em região de sinalização de venda.

Gráfico semana do índice do dólar (DXY) com RSI e MACD. Fonte: Crypto Investidor

 

Outro tópico de preocupação para os traders do BTC é a situação dos mineradores. Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, dados mostram que o mercado de baixa de mineração de Bitcoin ainda pode perdurar.

No entanto, o trader ex-CEO da BitMex, Arthur Hayes, foi taxativo em afirmar que, a esta altura, liquidações por parte dos mineradores não têm capacidade de provocar movimentos significativos no preço do BTC no mercado à vista.

CAIO JOBIM

Fonte: https://cointelegraph.com.br

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