A forte alta da inflação nos Estados Unidos em abril deixou os mercados preocupados. Para alguns analistas, o dólar está no início de um ciclo mundial de baixa.
Está é a opinião de Jefferson Laatus, estrategista-chefe da consultoria Laatus. Em entrevista ao Suno Notícias, ele classificou esse processo como natural.
Para Laatus, o processo de depreciação do dólar é resultado das políticas de estímulos governamentais. Ele também disse que o movimento tende a beneficiar moedas de países emergentes.
Uma dessas políticas foi a forte impressão de dinheiro realizada pelo Federal Reserve (Fed) em 2020. Apenas no ano passado foram impressos cerca de 20% de todos os dólares que existem em circulação.
Com os pacotes aprovados em 2021, tudo indica que esta tendência seguirá forte. E a maciça impressão de dinheiro vai pressionar o valor da moeda.
A recuperação econômica pós-pandemia, aliada à grande emissão de moeda, pode criar um cenário de perda de valor do dólar em 2021.
Nos últimos três meses, o dólar saiu da casa dos R$ 5,70 para os atuais R$ 5,25, reforçando a tendência de queda. E ela pode se acentuar com o aumento da taxa de juros brasileira.
O último boletim Focus, por exemplo, prevê o dólar encerrando 2021 a R$ 5,35. Mas Laatus tem uma visão ainda mais otimista para o real.
“Eu estimo que o dólar possa encerrar o ano entre R$ 5,15 e R$ 5,20. A gente acredita que o segundo semestre será positivo na economia brasileira”, previu.
No entanto, ele destaca que essa é a visão de curto prazo. Já no longo prazo é difícil saber, pois o preço do dólar dependerá tanto da recuperação econômica dos EUA quanto das políticas do governo Joe Biden.
A fraqueza do dólar também pode estimular a busca por ativos de proteção, que não perdem valor ao longo do tempo. Neste cenário, ouro e Bitcoin (BTC) também podem se beneficiar, com valorizações maiores ao longo do ano.
Luciano Rocha