De acordo com a reportagem, a CBF não recebe há vários meses os valores combinados com a empresa da Turquia. O acordo para criar a criptomoeda da seleção foi anunciado em 2021 e era válido por três anos.
Além do fan token, a empresa teria o direito de ter exclusividade em parcerias de blockchain com a CBF.
Parceria com empresa desconhecida
Em setembro de 2021, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou que captou R$ 90 milhões com a venda de 30 milhões de unidades do BFT (Brazilian Football Team). Na época, o anúncio chamou atenção do mercado, não tanto pela alta cifra — comum quando o assunto é criptomoeda ou futebol —, mas sim por causa da desconhecida empresa por trás do projeto, a exchange turca Bitci.
A corretora, que fechou parceria com a confederação em junho para o lançamento do ativo digital, está longe dos holofotes e não costuma ser citada em grandes veículos de imprensa. Além disso, tem uma criptomoeda própria que ninguém nunca ouviu falar, chamada Bitcicoin, e é nova no mercado.
Conforme seu site institucional, a exchange foi fundada em 2018 em Bodrum, uma província no sudoeste da Turquia com menos de 40 mil habitantes. Nasceu como uma empresa de P&D de blockchain da Cagdas Holding, uma holding turca fundada em 1987 que tem braços em diversas áreas, como construção civil, varejo, engenharia civil, turismo e comunicação.
O co-fundador e CEO é Onur Altan Tan, um bacharel em bioquímica e literatura inglesa formado em universidades dos Estados Unidos, segundo seu perfil no Linkedin. Já a Cagdas holding é tocada pelo empresário Cagdas Caglar, que também é cofundador da Bitci.
Fernando Martines