Um relatório judicial revelou que o falido credor de criptomoedas Hodlnaut perdeu cerca de US$ 190 milhões – por volta de R$ 950 milhõpes – devido à sua exposição ao colapaso do ecossistema Terra.
De acordo com matéria publicada nesta segunda-feira (31) na agência de notícias Bloomberg, o relatório, escrito por gerentes judiciais nomeados pelo Supremo Tribunal de Cingapura, alegou que os diretores de Hodlnaut “minimizaram a extensão da exposição do grupo ao Terra durante o período que antecedeu e após o colapso em maio de 2022”.
Em agosto, o Supremo Tribunal de Cingapura nomeou dois funcionários da EY Corporate Advisors, Ee Meng Yen Angela e Aaron Loh Cheng Lee, para atuar como gerentes judiciais interinos (IJMs).
De acordo com a Bloomberg, o relatório também afirmou que mais de 1.000 documentos excluídos do Google Workspace de Hodlnaut poderiam ter ajudado a esclarecer o negócio, enquanto os gerentes judiciais interinos não conseguiram obter “documentos-chave” relacionados ao braço da empresa em Hong Kong, que deve cerca de $ 58 milhões para sua divisão de Cingapura.
As dificuldades financeiras da empresa não impactaram apenas os investidores. A Hodlnaut demitiu 80% de sua equipe, cerca de 40 pessoas, “para reduzir os gastos da empresa” logo após fechar os saques.
Cingapura pode em breve estar apertando seus regulamentos sobre empréstimos e staking de criptomoedas, pelo menos para investidores de varejo, após o colapso de vários credores de alto nível.
A Autoridade Monetária de Cingapura (MAS) propôs em um novo relatório que os provedores de serviços de ativos digitais “não devem hipotecar, cobrar, penhorar ou hipotecar a criptomoeda do cliente de varejo”, com a hipoteca referindo-se ao processo de usar um ativo como garantia em troca de um emprestimo.
Mas essa não é a única medida que a cidade-estado asiática apresentou para proteger os investidores de perdas futuras.
Os potenciais investidores também podem ser forçados a passar por um teste de conhecimento antes de comprar ou vender ativos digitais, avaliando se entendem ou não os possíveis riscos de investimento, como volatilidade do mercado e falhas tecnológicas.