O Paraguai vive agora o mesmo problema que a China vivia antes de banir a mineração de Bitcoin. A atividade ilegal de mineração de BTC está prejudicando as fontes energéticas do país. De acordo com a Administração Nacional de Eletricidade do Paraguai (ANDE), há um boom de mineração de BTC clandestina no leste do país, mais precisamente no departamento de Alto Paraná.
Ainda segundo a ANDE, isso pode comprometer a estabilidade elétrica da região que já sofre com quedas de energia devido à má infraestrutura. Conforme informou o engenheiro da ANDE, Miguel Ángel Báez, há um consumo crescente de energia elétrica pelos mineradores da criptomoeda. Mas, muitas vezes, eles se conectam à rede de forma clandestina para não pagar pelo serviço.
O especialista disse que as autoridades tentaram combater ligações clandestinas com operações e inspeções em Ciudad del Este. “No entanto, enquanto um está sendo desconectado, dois outros estão se conectando clandestinamente”, disse.
Báez afirmou que os mineradores estão usando grandes quantidades de energia sem pagar. Além disso, ele ressaltou que esses agentes ilegais estão se espalhando “consideravelmente” por todo o departamento do Alto Paraná. O engenheiro destacou que um único pool de mineração poderia absorver “toda a energia” de um gerador destinado a um conjunto habitacional.
“Vemos que os mineradores de cripto estão instalados aqui em Ciudad del Este porque a demanda em nossas estações aumentou de forma considerável”, disse Báez, acrescentando que esse tipo de consumo ilegal está causando grandes prejuízos.
O Paraguai é um dos países da América Latina com maior atividade de mineração de Bitcoin e de outras criptomoedas. A nação responde por 0,15% da taxa de hash global da rede Bitcoin, de acordo com a Universidade de Cambridge.
A atividade de mineração neste país conta, sobretudo, com energia hidrelétrica. A nação é rica em rios e afluentes por meio dos quais a energia elétrica é gerada.
Luciano Rodrigues