Finalmente o leilão da empresa de empréstimos de criptomoedas Voyager Digital teve um desfecho. Após várias propostas e especulações, a exchange de criptomoedas FTX, liderada pelo jovem bilionário Sam Bankman-Fried (SBF), venceu o leilão conforme informou a Voyager em um anúncio na última segunda-feira (26). A oferta vencedora foi de cerca de US$ 1,42 bilhão. Ou seja, mais de R$ 7,66 bilhões na cotação atual em reais.
De acordo com o anúncio da Voyager, houve “várias rodadas de licitação em um processo de leilão altamente competitivo que durou duas semanas”. Então, a empresa decidiu que a FTX foi a que fez a melhor oferta.
O Comitê Oficial de Credores Quirografários (que não possuem direitos preferenciais no recebimento da dívida) participou ativamente do leilão e apoiou o lance vencedor da FTX.
Conforme destacou a Voyager, os cerca de R$ 7,66 bilhões são compostos pelo valor justo de mercado de todas as criptomoedas da Voyager – que está estimado em R$ 7,06 bilhões (US$ 1,31 bilhão) – mais a consideração adicional que é estimada em R$ 598 milhões (US$ 111 milhões) de valor incremental.
A Voyager observou, no entanto, que as suas reivindicações contra o fundo falido Three Arrows Capital (3AC) permanecem com a massa falida. Então, quaisquer fundos recuperados de um empréstimo para a 3AC de R$ 3,5 bilhões (US$ 650 milhões) serão distribuídos aos credores.
“A oferta da FTX US maximiza o valor e minimiza a duração restante da reestruturação da companhia. Assim, fornece um caminho claro para que os devedores consumam um plano do capítulo 11 e retornem valor a seus clientes e outros credores. A plataforma de negociação segura e líder de mercado da FTX US permitirá que os clientes negociem e armazenem criptomoedas após a conclusão dos casos do capítulo 11 da empresa”, disse a Voyager.
O contrato de compra de ativos será apresentado para aprovação no Tribunal de Falências dos EUA no dia 19 de outubro. O prazo de objeção à transação é até 12 de outubro.
O leilão dos ativos ocorre quase três meses após a Voyager entrar com um processo de reestruturação voluntária com o objetivo de devolver o valor máximo de fundos aos clientes. A Voyager entrou com pedido de proteção do Capítulo 11 em julho deste ano e, desde então, passou pelo processo de falência.
Ao longo desse período, conforme noticiou o CriptoFácil, a FTX e a Alameda Research apresentaram um acordo de reestruturação à Voyager. A oferta daria liquidez antecipada aos clientes da empresa. No entanto, a Voyager recusou a proposta, dizendo se tratar de uma “oferta de baixo nível”.
Além disso, os advogados da Voyager disseram que a oferta era um “lance baixo vestido como um resgate de cavaleiro branco” que só beneficiaria a FTX.
Em agosto, noticiou-se também que a Binance estaria interessada na compra dos ativos. Fontes também disseram que a Coinbase também teria analisado a possibilidade de firmar um acordo com a Voyager Digital. No entanto, a exchange com sede nos EUA teria desistido do negócio.
Lorena Amaro