Se considerarmos o ouro como moeda, ficaria em 3º lugar com 15,5% das reservas. Ou seja, ao contrário do imaginário popular, não atua de lastro para as moedas fiduciárias. A situação fica ainda pior sabendo que os 10 maiores países possuem 75% destas 34,15 toneladas de ouro.
De qualquer forma, é inegável que o dólar está perdendo espaço neste cenário, e isso também pode ser verificado em sua cotação contra os pares internacionais.
O Dollar Currency Index (DXY) mede a cotação da moeda norte-americana em Euro, Libra Esterlina, Iene Japonês, Dólar Canadense, Coroa Sueca, e Franco Suíço. Repare como o índice está beirando o menor valor em 3 anos. Isso sinaliza desconfiança na recuperação econômica, pois as bolsas por lá estão na máxima histórica, e o desemprego em 6%.
Se a economia vai bem, por que o dólar perdeu valor? A resposta está justamente no anabolizante utilizado para manter a economia aquecida, os pacotes de estímulo de trilhões de dólares.
A resposta está no gráfico acima: inflação. Os títulos de juros indexados atingiram o maior nível histórico, deixando claro que o mercado aposta numa alta generalizada de preços. Para um brasileiro, uma inflação de 4% ou 5% não assusta, mas nos países onde a taxa de juros básica é de 0,25% ou 0,5% ao ano, essa perda na renda fixa é bizarramente alta.
Se a inflação é muito superior à renda fixa, nenhum banco vai querer emprestar, e ninguém compra títulos do governo. Neste caso, são obrigados a elevar a taxa básica de juros, e, provavelmente, isso desestimula a economia. Isso eleva a necessidade de retorno para um projeto sair do papel, e aumenta o custo de rolagem de dívida das empresas.
Existe um mito de que os bancos centrais definem a taxa de juros, mas isso não existe. Quando esse indicador se distancia muito da realidade, o ajuste ocorre de outra forma, seja travando a economia, ou através do câmbio. O fato é que, em breve, o Federal Reserve será obrigado a aumentar juros, e aí, salve-se quem puder.
Por este motivo os países estão reduzindo as reservas em dólar, pois os Treasuries se tornaram uma “perda fixa” ante a inflação. Resta saber se as empresas e governos vão arriscar outra moeda fiduciária, ouro, ou partir de vez pro Bitcoin.
Se considerarmos o ouro como moeda, ficaria em 3º lugar com 15,5% das reservas. Ou seja, ao contrário do imaginário popular, não atua de lastro para as moedas fiduciárias. A situação fica ainda pior sabendo que os 10 maiores países possuem 75% destas 34,15 toneladas de ouro.
De qualquer forma, é inegável que o dólar está perdendo espaço neste cenário, e isso também pode ser verificado em sua cotação contra os pares internacionais.
Marcel Pechman