Pela primeira vez nos últimos dois anos, o valor médio das taxas pagas por transação na blockchain do Bitcoin (BTC) caiu abaixo de US$ 1,00.
Os dados da Blockchain.com mostram que, nesta segunda-feira (22), a taxa média de transação do Bitcoin caiu para US$ 0,825. Ou seja, cerca de R$ 4,28 na cotação atual em reais. A última vez que esse valor foi registrado foi em 13 de junho de 2020.
Essa queda de taxas, que ocorre em meio a uma baixa de preço do BTC, favorece o caso de uso do Bitcoin para transações cotidianas.
Mas, vale destacar que no ano passado, quando a criptomoeda estava em alta, as taxas subiram na mesma proporção. Em 21 de abril, por exemplo, a taxa por transação passou de US$ 60, ou R$ 310, segundo dados da plataforma ycharts
Neste ano de 2022, ano de baixa para o preço do BTC, o valor máximo que as taxas chegaram foi a US$ 4,47. Ou seja, cerca de 23,16.
Gráfico da taxa média da rede BTC. Fonte: ycharts
As altas taxas de transação nas blockchain do Bitcoin dificultam a vida dos usuários, sobretudo com relação às transações de baixo valor.
Muitas pessoas alegam que as altas taxas impedem que o BTC seja usado como moeda, para pagamento por serviços e produtos no dia a dia.
Apesar disso, serviços como Lightning Network e atualizações como Taproot visam garantir que as transações sejam mais rápidas e baratas ao longo do tempo.
Em geral, o aumento do uso da rede faz aumentar as taxas pagas nas transações. Com a demanda por espaços nos blocos em alta, há uma competição, e quem paga mais consegue incluir suas transações nos blocos.
Mas a dificuldade de mineração também interfere no valor das taxas. Quanto menor a dificuldade de mineração, menor é a taxa cobrada. E, a dificuldade de minerar novos blocos BTC diminuiu bastante nos últimos meses à medida que mineradores enfrentaram problemas de escassez de chips e baixos preços do BTC.
No mês passado, conforme noticiou o CriptoFácil, a dificuldade de mineração do Bitcoin (BTC) caiu 5,01% em sua maior queda desde julho de 2021; a maior queda em um ano.
Aquela foi a terceira diminuição consecutiva na dificuldade de mineração, o que também a tornou a mais longa sequência desse tipo em pouco mais de um ano.
Mas, recentemente, a dificuldade voltou a subir. Na semana passada, a dificuldade de mineração do BTC aumentou 0,63%. Isso pode indicar que os mineradores estão resolvendo seus problemas com a escassez de chips.
O preço do Bitcoin, por sua vez, segue em baixa. No momento da redação desta matéria, o preço da maior criptomoeda do mercado está em R$ 110.274, tendo recuado cerca de 14% na última semana, de acordo com dados do CoinMarketCap.
Gráfico de preço do Bitcoin (BTC) nos últimos sete dias. Fonte: CoinMarketCap
Lorena Amaro