Ross Ulbricht, fundador do site Silk Road, abriu mão de US$ 3 bilhões em Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas. O valor, que corresponde a cerca de R$ 15 bilhões, ficará sob posse do governo dos Estados Unidos.
De acordo com o processo judicial que determinou a perda, Ulbricht concordou em renunciar aos direitos sobre o dinheiro. Como resultado, a soma irá para os cofres estadunidenses.
Segundo o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ), são mais de 69.000 BTC, além de quantias não reveladas de Bitcoin Gold (BTG), Bitcoin SV (BSV) e Bitcoin Cash (BCH).
“Ross Ulbricht concorda que a propriedade em questão está sujeita a confisco. Ulbricht retira qualquer reclamação e aceita o confisco da propriedade em questão para os Estados Unidos (administrativo ou judicial, civil ou criminal) sem aviso prévio”, diz a sentença.
O desfecho da ação resolve uma pendência que já durava quase dois anos desde a apreensão das criptomoedas. Recuperadas em novembro de 2020 pelo DoJ, o saldo não veio do Silk Road, mas de uma entidade conhecida apenas como “Individual X”.
Na época, a entidade foi acusada de roubar os fundos há anos, quando o Silk Road ainda era ativo. Nesse sentido, Ulbricht, que cumpre prisão perpétua, defendia que as criptomoedas eram suas.
A princípio, o ex-Dread Pirate Roberts pensava em mover uma ação na tentativa de recuperar o dinheiro. Contudo, ele desistiu de fazer isso e resolveu fechar um acordo com o DoJ. Os BTC apreendidos serão leiloados a mercado e o valor utilizado para pagar parte da dívida de Ulbricht.
Ulbricht, anteriormente conhecido como “Dread Pirate Roberts”, está atualmente cumprindo duas sentenças de prisão perpétua mais 40 anos sem possibilidade de liberdade condicional.
As penas foram estabelecidas como punição pelo seu papel em fundar o Silk Road, que já foi o maior site de comércio de drogas da Internet. O local foi um dos primeiros a aceitar BTC como forma de pagamento pelos seus produtos.
Desde a prisão de Ulbricht, diversas campanhas foram lançadas na tentativa de reverter sua pena. No entanto, nenhuma delas teve sucesso até agora, e Ulbricht segue preso. Caso a situação persista, ele completará dez anos na prisão em 2023.
Lyn Ulbricht, mãe de Ross, disse à revista Wired que a família ficou satisfeita com os desenvolvimentos. De fato, eles esperam que o acordo seja um passo em direção à eventual liberdade de seu filho.
“Estamos muito satisfeitos que a penalidade financeira que foi imposta erroneamente a Ross tenha sido revertida, assim como outras acusações falsas contra ele foram retiradas no tribunal federal após o julgamento. é mais um lembrete de que o caso contra Ross sempre foi deturpado e fraco, e estamos ansiosos pelo dia em que a sentença injusta corrigida e ele retorne ao mundo livre, onde possa contribuir para a sociedade”, disse Lyn.
Luciano Rocha