Mas mal liberou o uso de criptoativos no país, e a Ucrânia anunciou restrições para a compra de bitcoin e criptoativos com moeda local.
A Ucrânia sancionou uma Lei Marcial desde o dia 24 de fevereiro, e agora o Banco Central do país lançou um conjunto de restrições às operações transfronteiriças incluindo a compra de bitcoin (BTC) e demais criptoativos com a moeda local, a hryvnia (UAH).
Desde o dia 21 de abril os ucranianos só poderão comprar bitcoin e outras criptomoedas com moedas estrangeiras.
Além do mais, há restrição de valor de 100.000 UAH de compras por mês (cerca de US$ 3.300 dólares).
Este é referente a qualquer operação de compra de criptoativos, incluindo transações peer-to-peer (P2P).
A preocupação é com a maciça retirada de dinheiro que está acontecendo no país.
O Banco Central explicou que as medidas são tomadas para evitar a saída de capital improdutivo do país, uma situação que se acelerou em meio à guerra desencadeada pela invasão russa.
Com a guerra, milhões de pessoas deixaram o país, e esse deslocamento maciço gerou um crescimento nas liquidações com sistemas de pagamentos internacionais.
De acordo com o Banco Central, “as operações, quase que em sua totalidade em dinheiro, são realizadas principalmente para contornar as atuais restrições, em particular para investir no exterior”.
E assim, incluem-se a aquisição de criptoativos, com a UAH, e a transferências para carteiras digitais e transações com moedas estrangeiras.
Para essas atividades, as pessoas costumam usar cartões emitidos por bancos ucranianos para contas em moeda nacional fora do país, a fim de fazer compras de bens e serviços.
O exposto causa um aumento nos volumes de compras de moeda estrangeira por bancos ucranianos, para liquidações em sistemas de pagamentos internacionais. Isso cria uma pressão adicional no mercado de câmbio.
Os níveis de pressão já são “críticos”, de acordo com o Banco Nacional da Ucrânia, levando em conta os milhões de cidadãos que foram forçados a ir temporariamente para o exterior.
Em particular, em março, o volume de transferências líquidas de divisas de bancos ucranianos em favor de sistemas de pagamentos internacionais totalizou US$ 1,7 bilhão de dólares.
E apenas neste mês já foram outros US$ 1 bilhão de dólares em pagamentos internacionais.
O Banco Central ucraniano espera que essas mudanças melhorem o mercado de câmbio e reduzam a pressão sobre as reservas internacionais da Ucrânia.
Cabe ressaltar que esta não é uma ação específica contra o mercado cripto, mas sim, mais uma sanção financeira ucraniana que já limitou a quantidade de saques bancários e a transferência de valores para fora do país, tudo em moeda local.
Jorge Siufi