A stablecoin TerraUSD (UST) atingiu a marca de US$ 17,5 bilhões em valor de mercado nesta segunda-feira (18), superando os US$ 17,3 bilhões da Binance USD (BUSD). Como resultado, a moeda da Terra alcançou o terceiro lugar entre as maiores stablecoins.
Agora, a UST está atrás somente da USD Coin (USDC) e do líder absoluto dólar Tether (USDT), que possuem US$ 49,9 bilhões e US$ 82,8 bilhões em valor de mercado, respectivamente.
E não foi apenas a UST que cresceu, mas todo o ecossistema da Terra como um todo. De acordo com dados do DeFi Llama, a blockchain Terra possui US$ 27,6 bilhões em valor alocado, atrás somente do Ethereum com US$ 114,3 bilhões.
Por outro lado, a rede BSC segue em terceiro lugar com US$ 12,9 bilhões. Ou seja, a Terra segue captando mais projetos descentralizados e, consequentemente, mais recursos. E grande parte desse crescimento foi alimentado pela maior criptomoeda do mundo: o Bitcoin (BTC).
Como a maioria das stablecoins, a UST tem seu valor lastreado em uma moeda fiduciária; no caso, o dólar estadunidense. Todavia, a Terra resolveu alterar a composição desse lastro e incluir o BTC como parte de suas reservas.
Nesse sentido, a Luna Foundation Guard (LFG) iniciou um processo de compras sistemáticas de BTC, realizadas toda semana. As operações começaram no final de março, quando o fundador da Terra Do Kwon anunciou a mudança de estratégia.
Kwon afirmou que a LFG pretendia comprar US$ 3 bilhões em BTC, mas que esse valor poderia chegar a US$ 10 bilhões. A princípio, a fundação estabeleceu a meta de adquirir US$ 125 milhões em BTC por semana, estratégia que vem sendo cumprida.
Até a data da publicação deste texto, a LFG possui cerca de 42.200 BTC em suas reservas, quantidade maior do que a Tesla, por exemplo.
Outra razão para o crescimento da UST é o aumento da expectativa de projetos construídos na blockchain Terra. Hoje existem somente 27 protocolos na rede, mas a Terra espera que o valor chegue a 160 no final do ano.
Com mais projetos ativos, a demanda pela UST também cresce, o que pode aumentar seu valor de mercado.
A mudança de estratégia na Terra ocorreu após uma série de problemas detectados no início do ano. Em janeiro, as reservas da UST chegaram a 50% nas últimas quatro semanas, atingindo a mínima de US$ 35 milhões.
Isso significa que a UST estava com risco de perder sua estabilidade de valor com o dólar e até de sofrer um eventual colapso. A Terraform Labs chegou a precisa injetar US$ 70 milhões em liquidez em maio de 2021, evitando uma queda geral.
Em suma, a drenagem de reservas comprometeu a estabilidade do sistema, levando a UST a mudar sua composição. Agora a força da stablecoin reside no dólar, mas também no ativo financeiro mais sólido entre as criptomoedas.
Luciano Rocha