A Polícia Metropolitana de Londres foi a que mais confiscou criptomoedas: 294 milhões de libras (ou US$ 398 milhões).
Pedidos à FOI revelaram que a Polícia de Manchester (ou GMP) confiscou 25 milhões de libras (ou US$ 34 milhões) enquanto a polícia de Dyfed-Powys confiscou 2,4 milhões (ou US$ 3,2 milhões) durante o período de cinco anos considerado pelas solicitações.
Joseph Harrop, inspetor-chefe da unidade de crimes econômicos da Polícia de Manchester, disse ao New Scientist que as forças policiais britânicas “estão terminando de assimilar” a tecnologia das criptomoedas; sua própria força está recrutando funcionários civis com experiência relevante para treinar detetives.
As forças policiais enfrentam outros obstáculos jurídicos ao confiscarem criptomoedas, pois são atualmente consideradas como propriedade, e não dinheiro, pela Lei de Proventos de Crimes.
Embora dinheiro possa ser confiscado se houver suspeita de composição de proventos de atividades criminosas, a Justiça exige uma condenação para confiscar propriedade não monetária (apesar de a lei estar sendo atualizada para fechar essa lacuna).
Até lá, Gary Catchcart, líder de investigações financeiras da Agência Nacional de Crimes (ou NCA), disse ao New Scientist: “Estamos quase na mesma situação com cripto em comparação a quando estávamos em relação a dinheiro há 20 anos. Não temos a legislação para confiscá-las”.
Reguladores e legisladores do Reino Unido estão cada vez mais preocupados com o uso criminoso das criptomoedas.
Como parte da iniciativa de reprimir o uso criminoso de criptomoedas, a Agência de Conduta Financeira (ou FCA) investiu 500 mil libras (ou USS 670 mil) em consultores externos para treinar sua equipe sobre riscos de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo apresentados pela indústria cripto.
Apenas em 2021, a Polícia Metropolitana realizou dois confiscos recordes de criptomoedas. Em junho, confiscou 114 milhões de libras (US$ 158 milhões, na época) e, duas semanas depois, houve outro confisco de 180 milhões (cerca de US$ 250 milhões).
Em novembro, a NCA confiscou quase meio milhão de libras de um administrador britânico do mercado da dark web Silk Road.
Reguladores responderam a empresas cripto com requisitos mais rigorosos. Em março, a FCA anunciou que empresas cripto devem enviar relatórios anuais sobre crimes financeiros.
Bancos também reduziram seu uso de criptoativos por conta de preocupações referentes à lavagem de dinheiro, conforme Santander, NatWest e Barclays ou bloquearam corretoras cripto, reduziram transações ou aumentaram a supervisão de transferências de e para empresas cripto.
Em maio de 2021, a NCA publicou um relatório, afirmando que “o uso de criptoativos na lavagem de dinheiro aumentou entre diversos tipos de crime”.
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