A Coinone, uma das quatro maiores exchanges da Coreia do Sul, anunciou na quarta-feira (29) que vai restringir o saque de criptomoedas apenas para carteiras externas verificadas.
Isso quer dizer que o usuário que não verificar sua carteira externa na plataforma, não poderá sacar suas criptomoedas mantidas na exchange a partir do dia 24 de janeiro.
Em um comunicado oficial, a exchange esclareceu que essa regra passa a valer para todo tipo de carteira externa, seja hot wallets — “carteiras quentes”, aquelas conectadas à internet — ou cold wallets — “carteiras frias”, dispositivos de hardware criados para armazenar criptomoedas offline.
A corretora confirmou que será “impossível registrar um endereço de carteira que não possa verificar as informações de identidade”. Isso significa que clientes de carteiras como MetaMask e Ledger, que não exigem KYC do usuário, não poderão mais ser usadas para receber saques da exchange.
Esse tipo de restrição não é comum no mercado cripto e saltou aos olhos de muitos usuários ao dar a entender que os saques de criptomoedas seriam permitidos apenas para carteiras em outras corretoras centralizadas que exigem KYC do usuário.
“Uma questão consequente seria… e os depósitos? Então depositar de uma carteira “não verificada” funcionaria? Caso contrário, não vejo como as pessoas poderiam usar essa exchange. Isso realmente não faz sentido”, comentou no Twitter @LefterisJP, desenvolvedor do Ethereum.
A Coinone justificou a implementação da nova regra como uma forma de garantir que as criptomoedas compradas na sua plataforma não serão usadas para atividades ilegais, como lavagem de dinheiro.
A expectativa é que outras 20 exchanges registradas na Coreia do Sul, incluindo as mais populares como a Upbit, Bithumb e Korbit, passem a adotar restrições semelhantes a Coinone partir do ano que vem, mais especificamente até o dia 25 de março.
Esse é o prazo final estabelecido pelo governo sul-coreano para que as corretoras encontrem formas de rastrear com precisão as transações de criptomoedas adquiridas em suas plataformas, mesmo as movimentações que acontecem fora do seu sistema.
A meta é que a partir de março do ano que vem as empresas estejam em conformidade com a ‘Regra de Viagem’ da Força-Tarefa de Ação Financeira (FATF), que torna obrigatório para as corretoras locais detalhar as transações de criptomoedas para as autoridades.
Esse é mais um avanço na fiscalização do mercado de criptomoedas no país que em março implementou uma nova lei para regular o setor. A nova legislação passou a obrigar todas as empresas da área a se registrar junto à Comissão de Serviços Financeiros (FSC), e aumentou as exigências quanto as verificações de identidade feitas de seus usuários.