Embora o preço do Bitcoin (BTC) tenha renovado sua máxima histórica em novembro ficando muito perto de romper a marca de US$ 70 mil, em dezembro o valor da principal criptomoeda do mercado recuou para menos de US$ 43 mil e, desde então, sofre para voltar a US$ 50 mil.
Com isso os investidores começaram a temer o retorno de um bear market que poderia fazer o BTC perder até 80% de seu valor e voltar para menos de US$ 20 mil e levando consigo todo o ecossistema de criptoativos e as promessas de grande rentabilidade dos tokens de metaverso.
Contudo essa não é a visão do analista Mike Ermolaev, head de PR da ChangeNOW, que descreveu em uma análise recente que um bear market é altamente improvável antes do fim de 2022.
"Devido ao aumento da inflação, a correlação do Bitcoin com as ações tradicionais continua a aumentar, o que significa que um mercado em baixa plena pode não chegar até novembro de 2022", disse.
O analista Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move, também acredita que embora o Bitcoin esteja enfrentando fortes barreiras para fazer seu valor voltar a ficar acima de US$ 50 mil, um bear market não deve assustar os investidores em 2022.
Ele aponta que o mercado reagiu positivamente após o anúncio do FED de manter o juros, ao menos por enquanto, que foi uma decisão de certa forma inesperada para o mercado. As bolsas globais reagiram positivamente assim como o mercado cripto, evidenciando assim sua correlação
Ele destaca que isso ajudou o Bitcoin a seguir na região dos U$ 49000 com suporte forte na região dos U$ 42000 e, posteriormente em U$ 47000.
"Seguimos altistas, embora tenhamos visto essa turbulência de curto prazo causada pelo Omicron + anúncio do FED. Os fundamentos do mercado seguem fortes, o gráfico abaixo evidencia a contínua forte retirada de bitcoin das corretoras, o que indica aumento no número de holders. Com isso, vemos cada vez mais e mais pessoas investindo no bitcoin para o longo prazo e o que gera uma pressão de alta no preço (oferta x demanda)", disse.
Tasso destaca também que além do Bitcoin os investidores precisam ficar de olho no Ethereum (ETH) que, segundo ele, está pronto para uma nova alta que deve levar o criptoativo para US$ 10 mil.
"Ethereum segurou exatamente na zona das nossas últimas análises, rebatendo na região do suporte dos U$ 3600. Segue em tendência altista e continuo segurando minha posição com alvo acima dos U$10.000", aponta.
Quem também está otimista com o Ethereum é Wendel Smith, responsável pelo Vector (plataforma para operar criptoativos da Nelogica). Ele destaca que o ETH é a principal rede de blockchain para contratos inteligentee.
"O ETH é a rede dos principais projetos do metaverso, Defi, NFTs e outros contratos inteligentes. Seu potencial é gigante, só em 2021 o ETH valorizou mais de 400%", disse.
Além do Ethereum o analista indica que os investidores devem ficar de olho na Binance Coin (BNB), Solana (SOL), Cardano (ADA) e Axie Infinity (AXS), este último o principal metaverso atualmente que também é destaque na analise do CEO da Brasil BItcoin, Marco Castellari.
"O metaverso já é realidade e as criptomoedas relacionadas a esse mundo já movimentam bilhões diariamente. Isso mostra que, junto aos NFTs, esse mercado crescerá cada vez mais e quem não se adaptar a ele será esquecido."
Para Lucas Schoch, CEO e fundador da Bitfy os investidores devem prestar atenção em algumas criptomoedas para além do Bitcoin e que tem se destacado no mercado como o Near Protocol (NEAR), criado pelo empresário com experiência em Wall Street e fundador da Viking Education, Erik Trautman.
O Near é um blockchain layer-one, um conjunto de soluções que aprimoram o próprio protocolo de base para tornar o sistema geral mais escalonável, foi projetado e está sendo construído pelo Coletivo NEAR como uma plataforma de computação em nuvem administrada pela comunidade que elimina algumas das limitações, como baixas velocidades de transação, baixo rendimento e baixa interoperabilidade.
Ele destaca que o criptoativo também apresenta soluções exclusivas para problemas de dimensionamento e tem seu próprio mecanismo de consenso chamado que representa os princípios básicos da verificação de bloco no blockchain, chamado “Doomslug”.
Outra criptomoeda na lista do especialista é a Avalanche (AVAX) que vem subindo de maneira acelerada, devido a sua arquitetura única, que consiste em 3 blockchains individuais com finalidades distintas, uma para transação de ativos, uma para contratos inteligentes e outra para criação de soluções L1 e L2 .
"Essa cripto está superando a alta de 25% e valorizando mais que 13% nesta última semana. Vale a pena ficar de olho", aponta.
Em terceiro lugar o analista aponta a Elrond (EGLD), que tem como principal objetivo ser uma solução para o problema de escalabilidade do blockchain, e foi anunciado pela primeira vez em agosto de 2019 com sua rede principal lançada em julho de 2020.
O blockchain tem um token nativo chamado eGold, mais conhecido como EGLD, e é utilizado para pagar taxas de rede, staking e recompensa aos validadores, o Elrond visa oferecer maior velocidade de transações usando sharding, uma espécie de fragmentação de banco de dados.
"O projeto possui um ecossistema de tecnologia para internet, aglutinando fintech, DeFi e IOT em sua plataforma de execução de contratos inteligentes, capazes de realizar 15 mil transações por segundo, e nestes últimas dias o ativo está valorizado acima dos 18%", destaca.