No Israel, a indústria de opções binárias se tornou proibida por lei em 2017 por ser “amplamente fraudulenta” e ligada ao crime organizado, ressaltou a reportagem do The Times of Israel.
Representantes de Cohen-Pavon não quiseram detalhar para o veículo qual era a natureza da parceria que o diretor mantinha com Oved, mas pontuaram que seus negócios eram “empreendimentos paralelos” que nunca tiveram atividade empresarial ou relação com seu trabalho na Celsius.
Já a equipe da Celsius disse ao jornal que a companhia leva muito a sério requisitos regulatórios e que nunca foi obrigada a divulgar informações sobre os negócios pessoais de Cohen-Pavon aos reguladores dos EUA, de tal forma que não violou nenhuma lei.
No entanto, especialistas discordam dessa afirmação e argumentam que, pelo fato da Celsius ser uma empresa registrada nos EUA como Money Service Business (MSB) desde junho, seria obrigada a informar os reguladores sobre todas as outras empresas que seus diretores fazem parte.
“As questões de divulgação não são feitas por motivos lascivos, mas para garantir que os lavadores de dinheiro e outros criminosos não tenham acesso às instituições financeiras em um nível de controle”, disse Mikhail Reider-Gordan, especialista em lavagem de dinheiro da Affiliated Monitors dos EUA, ao The Times of Israel.
A especialista acrescenta ainda que “qualquer executivo de instituição financeira que conscientemente inicie um relacionamento comercial com um lavador de dinheiro condenado, provavelmente levantaria a sobrancelha de um examinador regulatório”.
CFO da Celsius preso no mês passado
A revelação da estranha relação do diretor da Celsius com um homem que já foi preso por lavagem de dinheiro chega menos de um mês depois do até então CFO da Celsius, Yaron Shalem, ser preso por sua conexão com Moshe Hogeg, um magnata israelense acusado de cometer crimes que também envolvem lavagem de dinheiro e fraude com criptomoedas, além de estupro e tráfico sexual.
Após a prisão, Shalem foi afastado do cargo de diretor financeiro da Celsius. Ele foi um das seis pessoas presas junto com Hogeg por “conspirar para enganar potenciais investidores em uma série de projetos que envolvem criptomoedas”, escreveu na época o portal Haaretz.
Vale destacar que Moshe Hogeg foi um dos primeiros conselheiros da Celsius Network quando a empresa foi fundada em 2017. Em troca, Alex Mashinsky, o CEO da Celsius, foi conselheiro de um das empresas de criptomoedas de Hogeg em 2019.