A cidade do Rio de Janeiro pode se tornar um centro de criptomoedas no Brasil, uma cidade cripto. Foi o que sugeriu o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões.
Em entrevista recente ao GLOBO, o secretário afirmou que a cidade tem planos para “facilitar a explosão” do setor. Para isso, ele planeja focar nas empresas de criptoativos:
“Há o setor de grandes fundos de criptomoedas, os que são sérios. O Rio parece que é o polo de criptomoedas da América Latina. Isso está na cidade e tem muito a ver com inovação e tecnologia. Temos na Zona Sul, sobretudo, as principais empresas gestoras de criptomoedas, empresas sérias, não as pirâmides que a gente vê por aí. Essas empresas podem ser potencializadas ainda mais. Ou seja, o Rio pode virar referência nisso.”
De acordo com Bulhões, para que o Rio seja uma cidade cripto, que conversa com esses novos instrumentos financeiros, a secretaria está se “organizando com esse setor”. Ainda não há, no entanto, um espaço definido para isso:
“O mundo de criptoativos é por natureza descentralizado. Acho que caberá às próprias iniciativas da cidade determinar onde esse espaço pode ser criado. O princípio é que queremos atrair esses projetos para a cidade e que eles troquem, inovem e evoluam. A cidade quer facilitar a explosão desse setor por aqui, e, por isso, eu pergunto: como podemos ajudar?”
Ainda dentro dos planos do secretário para tornar a cidade um polo tecnológico, está sendo projetado o Porto Maravalley (uma alusão ao Vale do Silício).
A ideia é que o hub seja um atrativo para que as startups não deixem a cidade por falta de incentivos.
“Queremos ter tudo em um só lugar: a melhor educação, os maiores investidores, os empreendedores mais cariocas e a tecnologia mais avançada na melhor cidade do mundo. Estamos também trabalhando em melhorar o nosso ambiente de negócios, para que cada vez mais empresas venham para o Rio”, disse Bulhões.
Conforme detalhou o secretário, a estruturação e a viabilização financeira do Porto Maravalley estão sendo finalizadas com a participação de importantes atores.
Além disso, a secretaria planeja tornar a região um espaço para eventos tecnológicos, como o Web Summit, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo.
As obras para construir o complexo de 10 mil metros quadrados terão início em 2022. E, a partir do início de 2023, o hub já deve estar funcionando plenamente.
“O conceito que aplicamos é mundialmente aceito. Unimos academia, governo, empreendedores, e se potencializa os setores que aquela cidade específica já tem no seu DNA. O Rio tem no seu DNA o setor financeiro”, concluiu Bulhões.
Lorena Amaro