A fabricante de carteiras de hardware de criptomoedas Ledger fez uma série de anúncios durante sua conferência Ledger Op3n em Paris, nesta quinta-feira (9).
Além de anunciar seu novo cartão de débito com suporte para criptoativos, a empresa informou sobre diversas parcerias de peso com importantes players do mercado, como Coinbase e FTX.
De acordo com o vice-presidente de pagamentos do Ledger, Iqbal Gandham, a empresa precisa “começar a se concentrar nos gastos”.
O cartão de débito da Ledger recebeu o nome de Crypto Life. Ele terá bandeira Visa e será emitido pela Baanx, uma afiliada da Contis Financial Services.
Na prática, o cartão irá suportar uma variedade de criptomoedas. Além disso, os usuários poderão rastreá-lo por meio do Ledger Live, o software que acompanha as carteiras de hardware da Ledger.
O lançamento oficial do cartão ainda não ocorreu, mas Ledger iniciou uma lista de espera.
Conforme destacou Gandham, os recursos do cartão serão convertidos em criptomoedas no ponto de venda. Ou então, os proprietários do cartão podem solicitar uma linha de crédito sem juros por 30 dias, com base nas criptomoedas que possuem.
O executivo acrescentou também que, no início de 2022, os titulares poderão receber seus salários em suas contas e convertê-los automaticamente em criptoativos.
Segundo a empresa, as taxas de linha de crédito serão tão baixas quanto 0%. No entanto, a oferta de crédito será limitada a certas regiões.
A Ledger também anunciou na conferência uma importante parceria com a Coinbase. A carteira sem custódia da exchange, a Carteira Coinbase, agora oferece suporte para Ledger como sua primeira carteira de hardware.
Isso fornecerá uma alternativa ao Ledger Live que permitirá aos usuários interagir com aplicativos em blockchain pelo navegador e ainda usar sua carteira de hardware.
Max Branzburg, VP de produto da Coinbase disse em um vídeo exibido no evento que a plataforma está construindo suporte para carteiras de hardware diretamente dentro de sua carteira sem custódia.
A Ledger também anunciou que está expandindo suas opções de negociação interna, introduzindo a FTX.
Com isso, os proprietários da carteira poderão transferir ativos para a exchange por meio do Ledger Live. Enquanto isso, poderão continuar realizando negociações no aplicativo.
Contudo, as negociações ficarão mais caras por meio desse serviço. Afinal, a Ledger adiciona uma taxa extra a essas negociações.
Ainda na conferência, Charles Hamel, vice-presidente de produto da Ledger, mostrou que a empresa também está focada nos NFTs.
Segundo ele, a Ledger pretende resolver o problema de assinatura “às cegas” em transações com tokens não fungíveis.
O executivo explicou que quando os usuários fazem uma transação NFT, eles não veem quais dados estão concordando em compartilhar.
Nesse sentido, a alternativa de Ledger é decompor a transação e apresentar o que está acontecendo em seu aplicativo móvel no momento da assinatura.
Hamel fez no palco uma demonstração em que o aplicativo fornece detalhes incluindo o endereço de destino e o token enviado.
Outra novidade anunciada pela Ledger foi uma parceria com a Rarible, que será integrada ao Ledger Live. Isso vai permitir que os proprietários da carteira possam acessar o mercado de NFTs enquanto executam transações.
Lorena Amaro