O fundador da Binance, maior exchange de criptomoedas do mundo, está sendo citado em um inquérito policial no Brasil. A exchange teria sido usada por Glaidson dos Santos, o Faraó dos Bitcoins preso por operar uma pirâmide financeira, que teria depositado na Binance R$ 1,2 bilhão.
No levantamento feito pelo inquérito, segundo a coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o CEO da Binance Changpeng Zhao teria registrado a empresa no Brasil com um e-mail e um telefone falsos.
A coluna diz que a Binance teria apresentado à Receita Federal um número de contato inexistente: (11) 1111-1111.
Além disso, teria apresentado também um endereço de e-mail (aa@aa.com.br), em suposta coincidência com o endereço usado pela companhia de aviação American Airlines (aa.com.br).
A Binance opera no Brasil desde 2020 e passou a ser alvo das autoridades depois da operação que prendeu o ex-garçom Glaidson Santos, conhecido como Faraó dos Bitcoins. Como o Cointelegraph publicou, Glaidson é suspeito de chefiar um esquema com investimentos em Bitcoin no estado do Rio de Janeiro.
Um dos consultores de Glaidson afirmou em uma conversa interceptada com autorização da Justiça, que investidores aportavam, por hora, R$ 2 bilhões nas contas das empresas.
Segundo o Inquérito Policial, grande parte do dinheiro da GAS Consultoria era investido na Binance e depois "remetido para endereços bancários diversos", supostamente em paraísos fiscais.
A coluna ainda afirma que a citação no inquérito tem ameaçado a relação da Binance com parceiros no Brasil, como a empresa Méliuz, que comprou o banco Acesso, que faz a intermediação financeira da Binance, e que, segundo o jornal, anunciou que contratos com a corretora podem ser cancelados em caso de risco ao negócio ou à imagem.
O Cointelegraph entrou em contato com a assessoria de imprensa da Binance no Brasil, que disse que por hora não vai se manifestar. Esta notícia será atualizada se a exchange quiser se manifestar sobre o caso.
RAFAEL CHINAGLIA